Aquecimento afeta corais de Porto

O branqueamento dos corais que fazem parte do Parque Marinho de Recife de Fora, em Porto Seguro, no extremo-Sul, deixou pesquisadores em alerta quanto à conservação do ecossistema marinho naquela área, muito visitada por turistas de todo o Brasil.

Segundo informou na quinta-feira a ONG Coral Vivo, que há 15 anos trabalha para preservar os recifes de corais do local, "o problema é decorrente do aquecimento global, que resulta no aumento da temperatura dos oceanos".

A informação surge dois dias depois de um estudo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mostrar que corais do Parque Nacional de Abrolhos foram contaminados por rejeitos de mineração da barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana (MG), em 2015.

Em Recife de Fora, que fica a 23 km da costa de Porto Seguro, a temperatura chega a 28ºC. “Pesquisas mostram que o aumento de 1 grau Celsius já é o bastante para afetar a vida de um coral”, explica a oceanógrafa Flávia Guebert, coordenadora da Coral Vivo.

O branqueamento vem sendo percebido há cerca de dois meses e já tinha ocorrido também em 2016, quando ocorreu o fenômeno El Niño. “Nesse ano também é de El Niño, quando as águas ficam mais quentes no verão”, explica Flávia.

A pesquisadora diz que, quando as temperaturas aumentam, as algas que ficam dentro dos corais, em um processo de simbiose, deixam de fazer a fotossíntese e passam a ser tóxicas, sendo expulsas. “Dizemos que os corais estão passando por uma situação de estresse quando ele não consegue manter o ritmo de vida normal".

"Eles acabam expulsando as algas e isso pode levar os corais à morte”.

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