Léo Pinheiro entrega Lula, de novo
A defesa de Léo Pinheiro, ex-executivo da empreiteira OAS, reafirmou nesta segunda (7) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu pessoalmente a realização de reformas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, a 66 quilômetros da cidade de São Paulo.
No documento enviado à juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal em Curitiba, Pinheiro também informou que as obras foram pagas pela empreiteira e descontadas da propina destinada ao PT por atuações favoráveis à empresa na Petrobras.
As declarações de Léo Pinheiro constam nas alegações finais entregues à Justiça, última fase antes da sentença que será proferida na ação penal na qual Lula, Pinheiro e mais 11 réus respondem às acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, entre eles os empresários Marcelo e Emílio Odebrecht, e o pecuarista José Carlos Bumlai.
O sítio foi alvo de investigações da Operação Lava Jato, que apura a suspeita de que as obras de melhorias no local foram pagas por empreiteiras investigadas por corrupção, como a OAS e a Odebrecht. De acordo com a Polícia Federal (PF), a estimativa é de que as obras tenham custado R$ 1,7 milhão.
Segundo os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula. Ao reafirmar as declarações feitas em depoimentos anteriores, Pinheiro disse que Lula pediu pessoalmente, em meados de 2014, que as reformas fossem feitas no sítio.
Segundo ele, a OAS contratou a Kitchens, por R$ 170 mil, para fazer os armários planejados da cozinha e também pagou as obras de impermeabilização no lago da propriedade. “Esclareceu, ainda, que os valores gastos pela OAS eram contabilizados e descontados da propina devida pela empresa ao PT em obras da Petrobras".
O ex-diretor da OAS também reafirmou que recebeu “orientações expressas de Lula para manter em sigilo” a realização do serviço, “esclarecendo que partiu do próprio ex-presidente pedido para que os funcionários da OAS não utilizassem uniformes ou qualquer outra identificação da empresa”. Com Diário do Poder.