Presas por tráfico são a maioria
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, entre 2000 e 2016 a população carcerária feminina aumentou 567%. Se considerados dados atualizados até 2018, o aumento se aproxima de 700%. Os dados apontam que o Brasil tem uma das maiores populações carcerárias femininas do mundo.
As prisões relacionadas ao tráfico de drogas correspondem à maior parte delas. Em 2016, as prisões brasileiras abrigavam 42.355 mulheres. Quando analisada a incidência de prisões para cada 100 mil mulheres, o Brasil chega a 40,6, relação que perde apenas para Estados Unidos (65,7) e Tailândia (60,1).
A China tem mais mulheres encarceradas que o Brasil, mas, proporcionalmente, sua taxa é menor. Entre os cinco estados com maior encarceramento feminino, quatro estão na região Norte: Amazonas (9,2%), Rondônia (8,2%), Acre (7,1%) e Roraima (6,7%).
O Mato Grosso do Sul é o que tem maior percentual de mulheres em relação ao total da população carcerária: 11,3%. Segundo a pesquisa, 62% das prisões de mulheres no Brasil estão relacionadas ao tráfico de drogas, enquanto, no caso dos homens, o percentual cai para 26%.
A pesquisadora Danielle Sanches, responsável pelo levantamento, observa que “grande parte das mulheres encarceradas trabalha na baixa hierarquia do tráfico. Não são grandes gerentes e com alta periculosidade. Penas alternativas poderiam ser pensadas”.