Novo ministro critica esquema cubano
Anunciado nesta terça (20) como ministro da Saúde do futuro governo do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta afirmou que não é possível relativizar prioridades no setor e que ainda se reunirá com a equipe do atual governo para tratar de questões mais imediatas.
Uma delas é a saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos. Em seu primeiro pronunciamento, o futuro ministro criticou o Mais Médicos, criado em 2013 pelo governo de Dilma Rousseff (PT). Ele associou o programa a um improviso.
“As improvisações em saúde costumam terminar mal, e essa não foi diferente das outras”. Mandetta também afirmou que o programa não era um acordo entre governos de dois países, mas entre Cuba e o PT.
Na última quarta-feira (14), o governo cubano afirmou que seus médicos deixariam o país após questionamentos feitos por Bolsonaro à qualificação dos médicos cubanos e ao seu projeto de modificar o acordo, exigindo revalidação de diplomas no Brasil e contratação individual.
Das 18.240 vagas, 8.332 são ocupadas por médicos cubanos, que vêm ao Brasil por meio de uma cooperação com a Opas (Organização Panamericana de Saúde). Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1.600 municípios só têm cubanos nas vagas do programa.
“A saída dos médicos era um dos riscos de se fazer convênio terceirizando uma mão de obra tão essencial. Os critérios à época me parecem muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil. Porque não houve uma tratativa bilateral, mas sim ruptura unilateral”.
Mandetta afirmou que irá se reunir com o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para tratar de medidas do governo Temer para o Mais Médicos e de outros temas de transição.