Suspeita quer concessão da água
Denunciada pelo Ministério Público Federal em 2016 por fraudar licitações e desviar recursos do Ministério das Cidades para Governador Valadares (MG), a construtora Prefisan quer tomar da Embasa os serviços de água e esgoto no Extremo Sul da Bahia.
Com aval das prefeituras, a empresa promete fazer planos de saneamento, mas não os discute com a população, conforme exige a legislação, e não fala em investimentos para ampliar os serviços.
Os alvos da Prefisan são os serviços de saneamento (água e esgoto) de Prado, Belmonte, Nova Viçosa, Alcobaça e Caravelas. O sindicato do setor diz que tudo tem sido feito com muita pressa, sem informar a população.
"Em Prado, na segunda (17), ficaram de fazer audiência pública para discutir a licitação, que já está marcada para o dia 30. A audiência foi suspensa, sem maiores explicações. Em Belmonte a Prefisan fez uma reunião, mas tendo na plateia apenas familiares de secretários municipais", denuncia o Sindae.
A pressa no processo, passando por cima de exigências da lei, pode gerar prejuízo para os municípios. "Mas, o prejuízo maior é da sociedade, que pode ter o abastecimento de água entregue a uma empresa desconhecida e sem experiência no setor (ela é de construção).
Para o Sindae, a Prefisan "chega apenas para pensando em lucrar cobrando tarifas, fazendo da água uma simples mercadoria". A Embasa diz que vai adotar medidas jurídicas para manter o serviço e proteger seu patrimônio.
O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae) também decidiu fazer uma representação junto aos Ministérios Públicos do Estado e da União. "Talvez assim se descubra o que está por traz desse negócio que tem à frente uma empresa com histórico desabonador".
"Em 2016, a Prefisan e três de seus sócios foram denunciados pelo Ministério Público Federal pela prática dos crimes de corrupção, fraudes à licitação, desvio e apropriação de recursos públicos, dentro da Operação Mar de Lama, em Governador Valadares".
Os recursos foram de um convênio de R$ 4,7 milhões com o Ministério das Cidades.