Fies perde contratos com alunos
Pela primeira vez em quatro anos, o Fies não foi o principal financiador dos alunos matriculados em universidades particulares. Dados do Censo da Educação Superior 2017 mostram que, no ano passado, houve uma expansão de outras formas, como financiamento próprio.
Das 6,2 milhões de matrículas no ensino superior privado em 2017, 2,8 milhões (46,3%) tiveram algum tipo de financiamento ou bolsa. Foi o maior porcentual desde 2009. O Fies correspondeu a 1,07 milhão de contratos (37,1%) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) por 609,4 mil (21,1%).
A maioria ficou concentrada no setor privado, pelas próprias instituições de ensino, bancos ou empresas especializadas, com 1,2 milhão de contratos (41,8%). Nesse total também são incluídas as bolsas concedidas por instituições privadas dentro de programas governamentais.
A partir de 2015, quando houve a redução do Fies, as universidades buscaram opções para que o aluno pudesse permanecer no ensino superior. Para isso, fizeram parcerias com bancos para subsidiar os juros ou passaram a oferecer crédito próprio.
"Ainda assim, há uma demanda enorme de jovens que querem ingressar na faculdade mas não têm condições financeiras de arcar com o financiamento privado," afirma Solon Caldas, diretor da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior.