PGR é contra a soltura de Geddel
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira, contra o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Segundo a defesa, surgiu um fato novo: a absolvição de Geddel, pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, no caso em que ele era investigado por obstrução da justiça, em caso sem qualquer ligação com o outro.
A defesa argumenta que a absolvição ocorreu após o julgamento de agravo regimental no qual era pedida a revogação da prisão preventiva e que este fato é relevante para a reavaliação dos pressupostos e requisitos da prisão preventiva.
Outro argumento é de que a absolvição também quebraria o perigo da reiteração delitiva. Para a PGR, a petição não deve ser conhecida porque, por unanimidade, os 5 ministros da Segunda Turma do STF reafirmaram, recentemente, a prisão preventiva de Geddel.
Na manifestação, a PGR cita ainda várias ocorrências elencadas no processo que reafirmam a necessidade da prisão preventiva de Vieira Lima. Um deles foi o fato de o ex-ministro não cumprir as determinações da prisão domiciliar.
Concedida em julho do ano passado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ela foi burlada e Geddel continuou a prática de delitos, sendo um deles a ocultação, em um apartamento de Salvador, de mais de R$ 51 milhões em espécie.
Cita também a apropriação de salários de secretários parlamentares (crime de peculato) e o uso deles para a destruição de provas da investigação. “A prisão foi e é necessária por uma miríade de atos gravíssimos que colocaram em risco a ordem pública e aplicação da lei penal”.