Lula (PT) admite que é inelegível
Numa demonstração de que ele próprio considera estar inelegível, o ex-presidente Lula decidiu retirar do Supremo Tribunal Federal seu pedido de soltura temendo ser embutida a discussão sobre sua elegibilidade, segundo informaram seu vice, Fernando Haddad, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Após 78 recursos à Justiça somente no caso pelo qual cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão, a senadora agora afirma que Lula “não aceita a ‘chicana’ representada pela ‘antecipação da discussão sobre a legitimidade de sua candidatura à Presidência.”
O colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, diz que ela ainda contou outra lorota, afirmando que o político presidiário “abriu mão de sua liberdade em nome do compromisso com o país e de sua dignidade”, sem explicitar esse compromisso ou de que maneira a dignidade do petista foi preservada.
Lula não quer ser declarado inelegível agora porque a estratégia é manter a expectativa de sua improvável candidatura, como forma de ajudar a mobilizar votos para a eleição de uma bancada expressiva do PT no Congresso Nacional.
A solicitação traz tanto a desistência do pedido para Lula esperar em liberdade, o julgamento de recurso contra sua condenação, no caso do tríplex do Guarujá nas instâncias superiores, como a suspensão da análise da sua inelegibilidade pela corte.
Os advogados buscam evitar que a inelegibilidade seja julgada pela Suprema Corte, pois se o STF decidir que Lula está inelegível, esse é o fim de todas as chances de recursos, que eles acreditam ter.