Homicídios na Bahia: sem controle

A Bahia é o estado mais violento do país. Mas o número de homicídios pode ser ainda maior do que o oficial, divulgado pelo governo; É o que aponta o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

“O governo da Bahia vem registrando homicídios como mortes violentas por causa indeterminada (MVCI) e isso acaba maquiando os dados sobre homicídios”, diz Zé Ronaldo, prefeito de Feira de Santana por quatro vezes e candidato a governador.

“Isso é muito grave para um estado que já lidera o número de homicídios no Brasil. Estamos vivendo uma verdadeira guerra civil e o atual governo permanece omisso", afirma. Segundo o Atlas, as taxas de molrtes por 100 mil habitantes atingiram níveis preocupantes em 9 estados em 2016.

O caso mais grave se refere à Bahia, cuja taxa de MVCI é de 9,7, seguida por Pernambuco (9,1), Rio de Janeiro (7,9), Minas Gerais (7,4), Ceará (6,7), Espírito Santo (6,0), Roraima (5,8), Rio Grande do Norte (5,6) e São Paulo (5,1), segundo o estudo.

Segundo a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), adotada pelo Brasil desde 1996, as mortes violentas podem ser divididas em acidentes, lesões autoprovocadas intencionalmente, agressões, intervenções legais e operações de guerra; além da intenção indeterminada.

As quatro primeiras causas básicas de mortalidade são os acidentes fatais, inclusive mortes no trânsito, suicídios, homicídios (acrescido de latrocínios e lesão corporal dolosa seguida de morte) e mortes decorrentes de intervenção policial.

“As mortes violentas com causa indeterminada são assim classificadas quando o óbito se deu por causa não natural, bem como quando os médicos legistas, gestores da saúde, policiais e peritos criminais não conseguiram informar a motivação”, informa o estudo.

A proporção de mortes violentas não esclarecidas em relação ao total de mortes violentas é um dos principais indicadores de qualidade dos sistemas de informação da Segurança. Nos países desenvolvidos, as mortes deste tipo representam menos de 2% do total.

“A banalidade da violência na Bahia se tornou assustadora, demonstrando a face de um estado que investe pouco em educação e segurança pública”, disse o deputado Luciano Ribeiro (DEM), sobre os números de homicídios no estado.

O índice nacional, criado pelo G1, ferramenta que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês, aponta que na Bahia, em junho 540 pessoas foram assassinadas. O dado é superior ao de São Paulo e do Rio de Janeiro.

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