Bahia otimista com safra de cacau
A estimativa do governo da Bahia é de que o cacau movimente R$ 1,4 bilhão por ano na região, com a geração de 100 mil empregos na produção, feita no sistema agroflorestal cabruca, no qual os pés de cacau são plantados à sombra de árvores da mata atlântica.
Neste ano, devem ser produzidas 143 mil toneladas de cacau no Sul da Bahia, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em todo o país, devem ser colhidas 272,7 mil toneladas. Os cacauicultores estão investindo em uma mudança.
A estratégia, a cargo de um grupo de novos empreendedores, muitos deles descendentes de antigos coronéis, promete dar novo impulso ao cacau, trocando a venda de sacos de 60 kg de amêndoas por barras de 60 gramas de chocolate premium.
A mudança, iniciada há cerca de uma década, ganha mais espaço no mercado e amplia os ganhos. O quilo da amêndoa de cacau está em cerca de R$ 9, enquanto o usado no chocolate com 40% de cacau passa de R$ 250. Além de agregar valor, a mudança agrada os consumidores.
"O chocolate premium ou gourmet é feito de forma artesanal e esse segmento tem crescido muito," explica Ubiracy Fonseca, presidente da associação brasileira do setor, a Abicab. Nos últimos anos, a produção de chocolates amargos aumentou sua participação no mercado de 2% para 5%.