Endividamento já cresce todo mês

O avanço do crédito entre as pessoas físicas tem sido festejado como um indicador de recuperação econômica, mas também exibe um lado preocupante. Fazer dívida para pagar dívida ou parcelar gastos tem sido um comportamento que começa a se consolidar entre as pessoas.

Com a falta de consistência na recuperação do emprego e da renda no Brasil, a pressão sobre os orçamentos das famílias tem ficado cada vez mais elevada, dizem os economistas.

Embora exista uma relação de causalidade entre o aumento de oferta de crédito e o crescimento do consumo, já surgem indícios de que a intenção de compra passa a dar lugar a outros objetivos na retomada de endividamento das famílias.

São três as motivações que têm ficado mais fortes hoje em dia para a tomada de recursos pelos cidadãos: a tentativa de limpar o nome, refinanciar ou liquidar dívidas mais caras, e tentar ganhar fôlego no orçamento, diz o professor de economia do Insper, Otto Nogami.

Segundo ele, apesar da crise, muitas famílias não conseguiram adequar seu dispêndio de acordo com a disponibilidade de renda. Os números do Banco Central sobre crédito bancário mostram que a taxa de endividamento das famílias, sem considerar o financiamento habitacional, foi decrescente ao longo de 2017.

A partir de janeiro deste ano, porém, o indicador voltou a crescer todo mês e, em maio - último dado conhecido - atingiu 23,3% da renda acumulada em 12 meses, maior patamar em 14 meses.

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