Novo ensino médio já foi sancionado
Aprovada pelo Senado Federal no início deste mês e sancionada pelo presidente Michel Temer nesta quinta, a reforma do Ensino Médio ainda é motivo de discussão entre pais, professores e especialistas em educação.
A medida vai ampliar a jornada escolar das atuais 4 horas obrigatórias por dia para 7 horas, progressivamente, e terá como sustentação a Base Nacional Comum Curricular, que está em elaboração.
De acordo com o novo currículo, 60% do conteúdo da educação básica será padronizado. Os 40% restantes vão ser preenchidos com disciplinas que valorizem a regionalidade de cada estado e município.
A Medida Provisória tem a intenção de diminuir o número de disciplinas obrigatórias, focando o ensino em quatro áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.
A ideia é aprovada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, como explica o vice-presidente da entidade, professor José Ferreira de Castro.
“Ela vai exigir que, de fato, já na base, e a base vem do infantil e do Fundamental I, o aluno venha sendo preparado para o Ensino Médio. Não adianta chegar no Ensino Médio se ele não tiver feito uma base bem feita".
"Quem muda esse país não é universidade. Quem vai mudar esse país é o ensino básico, então a gente precisa dar prioridade a isso e essa prioridade começa aqui, na raiz.”
Mesmo apoiando a reforma, a Confenen tece criticas a alguns pontos, como os que dizem respeito ao aumento progressivo da carga horária para 1.400 horas anuais até se tornar integral.
O presidente da entidade, professor Roberto Dornas, diz que o ensino público não conseguirá atender. “Não adianta pretender estudo integral, uma vez que a escola pública não terá condição de dobrar, porque dobra o custo".
"Escolas estaduais, escolas municipais, se tentarem atender vão diminuir o número de alunos atingidos. Por uma coisa muito simples: se ela pode funcionar em dois ou três turnos, ela passa a funcionar em um só”.
De acordo com a Confenen, os estudantes do ensino noturno serão os mais prejudicados com o aumento da carga horária. Na maioria dos casos, esses alunos trabalham durante o dia e não podem cumprir o número de horas aula.