Febre amarela pode virar epidemia

A febre amarela se tornou uma grave ameaça à saúde pública. O alto número de pessoas contaminadas em diversos municípios fizeram com que o governo de Minas Gerais decretasse Situação de Emergência.

O surto de febre amarela em Minas Gerais ocorre principalmente com pessoas que trabalham em áreas rurais onde circula o mosquito transmissor em sua versão conhecida como “silvestre”.

A doença causa febre, calafrios, prostração, náuseas e vômitos. Nas formas mais agressivas compromete o fígado e os rins, além de provocar hemorragias, que podem levar à morte se o doente não for tratado a tempo.

A vacina contra a febre amarela é gratuita e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. É indicada principalmente para as pessoas que vivem próximas às matas, consideradas áreas endêmicas.

O especialista em vacinas da Fiocruz, no Rio de Janeiro, Reinaldo de Menezes Martins, explica. "Nessas áreas todas as pessoas devem se vacinar, exceto aquelas que contém contra-indicação".

"Também as pessoas que são viajantes pra essas áreas também precisam se vacinar pelo menos 10 dias antes da viagem. Dez dias que é pra dar tempo da vacina proteger.”

A vacina é recomendada a partir dos 9 meses e aos 4 anos é dado um reforço. Em casos de surtos da doença, a primeira dose pode ser dada aos 6 meses. São recomendadas duas doses com intervalo de 10 anos.

"A vacina dá uma imunidade muito boa e duradoura, então a Organização Mundial de Saúde decidiu afirmar que para a vacina de febre amarela uma dose só é suficiente, mas nós no Brasil temos alguns dados que não dão segurança".

“Pessoas que tenham imunodeficiência, que estejam em tratamento de câncer, sejam infectadas pelo HIV e estejam com o sistema imunológico comprometido não devem tomar a vacina".

No grupo de pessoas com possíveis reações anafiláticas estão aquelas com alergia a ovo de galinha ou gelatina (que são componentes da vacina) e pessoas com mais de 60 anos.

Também não é recomendada para as mulheres grávidas ou que amamentam. Mesmo assim, em alguns casos é melhor arriscar e tomar a vacina, para não contrair a doença.