Lula recebeu propina em dinheiro
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da maior empreiteira do Brasil, confirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato, em depoimento de delação premiada, que fez pagamentos destinados ao ex-presidente Lula.
Alguns foram feitos em dinheiro vivo. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 15, pelo Valor PRO, serviço em tempo real do jornal Valor Econômico.
Marcelo teria afirmado que o maior fluxo ocorreu entre 2012 e 2013. Foram milhões de reais originários do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o já conhecido departamento da propina da empresa.
Segundo já revelado pela Polícia Federal, aproximadamente R$ 8 milhões foram transferidos ao petista. Matéria da revista Isto É publicada em novembro já apontava que a delação continha esta informação.
Lula recebeu propina da empreiteira em dinheiro vivo, inclusive depois que já tinha deixado o cargo. Os pagamentos em dinheiro vivo fazem parte do que investigadores costumam classificar de “método clássico” da prática corrupta.
Em geral, é uma maneira de evitar registros de entrada, para quem recebe, e de saída, para quem paga, de dinheiro ilegal. O herdeiro da Odebrecht fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República.
Ele está prestando depoimentos a três procuradores da Lava Jato desde a semana passada, na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde está preso há um ano e seis meses.
Os advogados de Lula disseram, em nota, que não comentam "especulação de delação" e que nenhuma das acusações contra o ex-presidente no processo sobre o tríplex do Guarujá foi confirmada.
Além de Marcelo Odebrecht, Lula é citado por Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar. E foi denunciado de novo.
Desta vez, Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) com outras 8 pessoas, entre elas o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e a mulher de Lula, Marisa.
O petista já é réu em outros três processos na Lava Jato. Na Justiça Federal do Paraná, ele responde a uma ação penal. Segundo o MPF, Lula comandava uma ‘sofisticada’ estrutura para captação de apoio parlamentar.
Esta captação era feita por meio de desvios na Petrobras. A denúncia aponta que a Odebrecht pagou R$ 75 milhões em propinas por meio de 8 contratos com a Petrobras.
O valor, que era desviado da estatal, era repassado a partidos e agentes políticos. De acordo com o MPF, eram eles que davam sustentação ao governo Lula.
A propina teria sido disfarçada na compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula e na de um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo.
