Lula vira réu na Lava Jato por corrupção
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou réu pela segunda vez, nesta terça-feira (20), na Operação Lava Jato, após o juiz federal Sérgio Moro aceitar a denúncia contra o casal.
A denúncia do Ministério Público abrange três contratos da OAS com a Petrobras e diz que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula.
Também viraram réus na mesma ação a ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher de Lula; Aldemário "Léo" Pinheiro, ex-presidente da OAS; Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula; Agenor Franklin Magalhães, ex-executivo da OAS; Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos; Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS e o arquiteto Paulo Gordilho.
Lula já responde a outro processo por atrapalhar as investigações sobre o petrolão. Caso seja condenado por Moro e em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal, Lula se tornará inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Lula foi apontado pelo MPF como beneficiário direto de R$ 3,7 milhões de propina paga pela empreiteira OAS, em troca de contratos da Petrobras. O dinheiro foi investido na reforma do tríplex no litoral paulista, que seria destinado a Lula.
A OAS também pagou pelo transporte e armazenamento de bens pessoais do petista de Brasília para São Paulo, após o término de seu governo. Moro considera que há um "modus operandi consistente".
O ex-presidente usaria o nome de terceiros para ocultar seu patrimônio, o que teria ocorrido no caso do tríplex do Guarujá e também do sítio em Atibaia (SP), cuja propriedade está sob investigação.
O juiz menciona depoimentos de zeladores, porteiros, síndicos e até mesmo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, como indícios da ocultação do patrimônio.
"Há razoáveis indícios de que o imóvel em questão teria sido destinado, ainda em 2009, pela OAS ao ex-Presidente e a sua esposa, sem a contraprestação correspondente, remanescendo, porém, a OAS como formal proprietária e ocultando a real titularidade."