Só 1 contrato gerou R$ 100 mi em propina
O ex-ministro Paulo Bernardo nos governos Lula e Dilma recebeu pelo menos R$ 7 milhões de propinas do esquema de desvios alvo da Operação Custo Brasil. De 2010 a 2015 o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas.
Elas vinham de um contrato da Consist Software, por serviços indiretos para o Ministério de Planejamento. O operador das propinas, ex-vereador do PT Alexandre Romano, "Chambinho", confessou tudo em delação premiada.
Havia propinas para o PT, para Bernardo, para o ex-ministro Carlos Gabas (Previdência e Aviação Civil), entre outros.
O delegado regional de Combate e Investigação contra o Crime Organizado da Polícia Federal, em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa, explicou que Bernardo tinha direito a 9,6% sobre 70% do contrato da Consist.
Pelo acerto, a empresa ficava com apenas 30% dos recebimentos. Segundo o procurador da República Andrey Borges, depois que Bernardo saiu do Planejamento e assumiu as Comunicações, seu porcentual caiu para 4,5%, até chegar a 2%.
A força-tarefa da Operação Custo Brasil acredita que provas indicam que houve formação de organização criminosa no Ministério do Planejamento entre 2009 e 2015.
"O Ministério do Planejamento, no coração do governo, incorreu de práticas de corrupção. A organização criminosa era encabeçada pelo então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo", afirmou o delegado Rodrigo de Campos Costa.
"Depois que Bernardo saiu do ministério, em 2011, ele continuou no esquema, mas passou a ganhar metade da propina".
O esquema lesou milhares de funcionários públicos que utilizaram o crédito consignado, pagando a mais. Com o Diário do Poder.