Rodovias precárias afetam exportações

A precariedade de rodovias brasileiras encarece o custo de logística em 40%. Segundo a Fiesp, dados da Confederação Nacional do Transporte, do final de 2015, mostram que apenas 200 mil km de rodovias no Brasil são pavimentadas.

Isso dentro de um panorama de 1,8 milhão de quilômetros. Entre os 20 maiores exportadores mundiais, o Brasil só não possui melhor desempenho por falta de infraestrutura, principalmente no sistema rodoviário, ferroviário e marítimo.

Segundo Ricardo Melchiori, consultor da RG LOG, um dos maiores operadores logísticos do país, num país onde 60% do transporte de cargas é feito por terra, esses dados prejudicam muito as condições de trabalho.

Por esse motivo, os custos ficam mais altos. "Além disso, nem todas as pavimentadas estão em bom estado. Pode-se dizer que apenas 30% são consideradas de qualidade", afirma Melchiori.

Seriam necessários R$ 106 bilhões em investimentos para iniciar uma mudança nesse sentido. Por isso, o setor está mais confiante com a recém implementação do Programa de Parcerias de Investimento (PPI).

A ideia do Programa é gerar investimentos em infraestrutura, diminuindo os procedimentos burocráticos para acelerar os processos. Com isso, será possível ter melhorias nas estradas.

"O transporte rodoviário no Brasil continua sendo um dos maiores desafios, por isso a preocupação com a infraestrutura que atende esse modal deve ser pauta constante".

"Atualmente os requisitos técnicos e níveis de serviços exigidos pelos embarcadores conflitam com a defasagem tecnológica da infraestrutura", completa Melchiori, que atua há 28 anos nesse setor.

A má qualidade e defasagem de infraestrutura das rodovias brasileiras ocasionam desgastes acelerados das frotas, maior índice de acidentes, avarias e perda de cargas, alto consumo de combustível, altos custos do frete.