Mosquito contaminou 1,5 milhão em 2015
O Aedes aegypti infectou mais de 1,5 milhão de pessoas no Brasil no ano passado e já acumula 802 mil casos de dengue e 91 mil de zika em 2016, conforme dados do Ministério da Saúde (MS).
O número de casos de 2016 já é 52% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Apesar dos dados, o combate ao mosquito ainda não considera o uso residencial de larvicidas, contrariando a Organização Mundial da Saúde.
Os métodos químicos são eficientes para inibir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos transmissores da dengue, zika e chikungunya, aponta a OMS.
No entanto, o Ministério da Saúde orienta a considerar apenas os métodos mecânicos, como a eliminação de água parada, para a redução dos criadouros do mosquito, o que não tem se mostrado eficaz para reduzir a incidência das doenças.
O larvicida de uso residencial pode eliminar, com uma única aplicação, cerca de 200 larvas – número aproximado de ovos depositado por vez pela fêmea do Aedes, enquanto os inseticidas combatem um a um o mosquito.
Segundo o pesquisador químico Milton Braida, “a população está deixando de utilizar o principal método de combate à dengue: acabar com o inseto antes de transformar-se em mosquito”.
“Interromper o desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti, que possui rápido ciclo evolutivo, é a maneira mais eficiente de controlar a proliferação da dengue”, garante o pesquisador.
Além de numericamente mais eficaz, os efeitos do larvicida, após sua aplicação, podem durar até 60 dias, enquanto o efeito do inseticida para o controle de mosquitos adultos se dispersa rapidamente no ar.
“O uso de larvicida deve ser a primeira etapa de combate à infestação. O uso doméstico faz com que o combate aconteça no criadouro do mosquito. É quase impossível combater, a cada sete dias, centenas de novos insetos”, alerta Braida.
Para efeito comparativo, uma fêmea pode dar origem a 1,5 mil mosquitos durante sua vida e seus ovos são distribuídos por diversos criadouros, o que garante a dispersão da dengue.
“As pessoas precisam entender a importância do uso dos larvicidas, por sua eficiência e praticidade”. Além do uso simples e efeito duradouro, o larvicida não oferece riscos ao meio ambiente, à saúde humana e aos animais domésticos.