Infraero faz nota fantasiosa sobre Ilhéus
Depois de nossa matéria sobre a realidade do aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, a Infraero emitiu um press-release, alusivo aos 78 anos do aeroporto, com informações erradas e até falsas.
A matéria erra logo na data de fundação, dizendo que o aeroporto foi fundado em 1938, mas a data oficial de inauguração foi outra, 1939. Fala em 18 operações diárias entre pousos e decolagens, mas a realidade é um pouco menor.
São 8 passagens de aeronaves, gerando 16 operações durante os dias de semana para Salvador (BA), Brasília (DF), Confins (MG), Recife (PE), Belo Horizonte (BH), Campinas, Congonhas e Guarulhos (SP).
O press-release diz que o aeroporto tem "serviços bancários, estabelecimentos de alimentação, lojas de artigos de artesanato e livrarias". Na verdade são terminais bancários e não existe nenhuma livraria nem mesmo banca de revistas.
"O saguão de embarque e desembarque conta com 23 lojas comerciais para o passageiro, além de cinco caixas eletrônicos e estacionamento 24 horas".
O problema é que a Infraero conta como lojas os vários quiosques que ela instalou no saguão, tomando uma extensa área que antes tinha assentos para os passageiros. Hoje, a maioria tem que ficar em pé no horário de mais voos.
Quatro voos são concentrados num espaço de 2 horas, congestionando o saguão. Os banheiros têm longas filas, os passageiros são obrigados a ficar em pé mais de uma hora, o estacionamento não comporta a concentração de carros.
As ruas em volta também não têm como acomodar os carros de 4 embarques e 4 desembarques. A nota cita que as pessoas "contam com elevadores, banheiros adaptados". O elevador está quebrado desde o ano passado.
Já os banheiros são alvo de críticas dos passageiros porque, com a concentração de 8 operações em 2 horas, vivem lotados, com filas, e sujos, em especial o das mulheres.
O jornal A Região publica no próximo sábado duas matérias especiais retratando a realidade do aeroporto Jorge Amado, muito diferente da alegada pela Infraero.