Deputados faltosos podem ser cassados

Na tentativa de esvaziar o plenário no dia da votação do relatório favorável ao prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o governo tenta convencer parlamentares a faltarem à sessão no domingo, 17.

A estratégia visa dificultar a obtenção dos 342 votos necessários para aprovar o impedimento da presidente. Deputados da oposição, no entanto, estão de olho na tática e apresentaram, nessa terça-feira, uma questão de ordem.

Ela pede que os ausentes que alegarem problemas de saúde sejam submetidos a exame do Departamento Médico da Câmara. Para o deputado federal Vitor Lippi, do PSDB-SP, a medida é necessária diante do acovardamento de alguns.

"Isso é um golpe sujo contra o Brasil e os brasileiros. O deputado tem responsabilidade de se posicionar a favor ou contra. Incentivar a ausência e estimular o acovardamento, sem dúvida, é mais uma irresponsabilidade".

Caso o Departamento Médico não confirme os problemas de saúde, esses deputados serão sujeitos a procedimento de cassação por quebra de decoro no Conselho de Ética, sob alegação de fraude no processo de votação.

Lippi espera que "essas pessoas possam ser punidas não apenas sob o ponto de vista administrativo, mas também nas urnas, pelo acompanhamento e avaliação dos eleitores brasileiros."

Como contraponto aos tempos presentes, em 92, quando o Congresso Nacional se reuniu para votar o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o primeiro a manifestar sua posição foi o deputado Roberto Campos.

Ex-ministro e ex-embaixador, Campos havia sofrido uma crise de diabetes e se encontrava internado. Mesmo assim, ele deixou o hospital e foi ao plenário da Câmara. Votou e retornou ao hospital. De Brasília, Jéssica Vasconcelos.

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