Baianos ignoram o eleitor e votam contra
Os 21 deputados baianos que votaram contra o prosseguimento do processo de impeachment ignoraram a ampla maioria do eleitorado do estado, onde mais de 60% é favorável à cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff.
O voto contrário é natural no PT, caso de Afonso Florence, Caetano, Jorge Solla, Valmir Assunção e Waldenor Pereira, e do PCdoB, aliado histórico, com Alice Portugal, Daniel Almeida e Davidson Magalhães.
Félix Jr. (PDT), João Carlos Bacelar, José Carlos Araújo e José Rocha (todos do PR), seguiram a decisão do diretóriuo nacional de seus partidos, que fecharam questão contra o impeachment.
Já Antônio Brito, Fernando Torres, José Nunes, Paulo Magalhães e Sérgio Brito contrariaram a decisão nacional do PSD, que decidiu pelo impeachment e saiu do governo. O mesmo aconteceu com Bebeto (PSB).
Roberto Brito e Ronaldo Carletto (ambos do PP), também contrariaram a diretoria nacioal, assim como Bacelar (PTN). Já Cacá Leão e Mário Negromonte Junior, do PP, se abstiveram, atitude geralmente vista como "covardia" pelo eleitor.
A votação contra o impeachment, contrária à vontade dos eleitores, deve ter consequências nas eleições deste ano. Em Itabuna, por exemplo, Davidson Magalhães já tem campanha contra por ter ficado ao lado de Dilma.
Sua posição ficou pior por repetir a alegação petista de que o impeachment "é golpe", que todo mundo que defende o processo legal "é golpista", incluindo aí a imprensa, o MPF, o STF, o juiz Sérgio Moro e os próprios eleitores.
Bebeto, que na Comissão foi acusado de covarde por nem votar a favor nem contra, alegou que não poderia ir contra a decisão de seu partido, mas na votação em plenário fez exatamente isso. Ele é pré-candidato a prefeito de Ilhéus.
Além de Davidson, os que não são candidatos verão o eleitor "descontar" o voto a favor de Dilma em seus candidatos, como Geraldo Simões (PT), Antonio Mangabeira (PDT), Roberto José (PR) e Carlos Leahy (PSB), em Itabuna.
Em Ilhéus, além de Bebeto, sofrerão a consequência Israel Nunes (PCdoB), Cosme Araújo ou Alisson (PDT), Mário Alexandre (PSD) e Carmelita (PT).
