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25.Setembro.2021

Vítimas contam a angústia e o peso psicológico

paulo vicente


da Covid-19 e as reações quando foram infectados. É o relato da via crucis e algumas sequelas de quem teve covid-19 se recuperou. São marcas profundas de insegurança, medo, ansiedade, e também o pedido de ajuda por meio da fé em Deus para tentar esquecer, ou ao menos conviver, com a sombra do passado.

Quem bem sabe disse é o locutor Paulo Vicente, da Morena FM, testado positivo no início deste ano, que conversou com a jornalista Rosi Barreto. Ele chegou a ser internado na UTI, se recuperou, mas guarda lembranças que gostaria de esquecer. O mecânico João Canaverde, também.

Paulo Vicente conta que estava trabalhando numa reforma em sua casa quando começou a sentir os primeiros sintomas, como tosse seca, irritabilidade na garganta, estresse e febre. Após consulta e alguns exames, a pneumologista disse que “estava batendo na trave”, com oxigenação baixa.

Vendo a morte ao lado

Dois dias depois, outros exames e a ida ao hospital. Uma tomografia revelou que ele estava com 75% dos pulmões comprometidos. “Não cheguei a ter falta de ar, mas tinha a respiração pesada”, conta. Paulo ficou um dia na enfermaria, aguardando vaga na UTI.

Ela surgiu no dia seguinte, com a morte de um entre muitos pacientes vitimas da doença. Consciente nos quatro dias em que ficou na unidade de tratamento intensivo, sob forte medicação e oxigênio forçado, Paulo viu pacientes morrendo ao seu lado.

Segundo ele, outro paciente, ainda lúcido, deu entrada e no dia seguinte pediu socorro, mas já estava morrendo. “A sensação que tive era de que eu não estava ali, o pensamento era vago, alheio a tudo ao redor”. Diz que não pensava na morte, mas também não tinha perspectiva de vida.

Sentindo a vida

Quando saiu do hospital, oito dias depois, Paulo pediu à família para ir à praia. “Eu precisava ver a vida e foi uma sensação maravilhosa sentir a areia nos pés, o vento, o mar”. Quase oito meses após sua recuperação, ele diz que sente dores que mudam de lugar o tempo todo.

Também sente insônia, fraqueza, olhar fixo em nada, sensação de solidão, além de muita fome e desejo de comer acarajé. Diz que é estranho porque nunca teve esse desejo desenfreado. Para ele, covid significa separação da família, dos amigos e da vida.

Já o mecânico João Canaverde, de 72 anos, não chegou a ser internado, mas sentiu "a vida o deixando lentamente". Sem olfato, sem gosto pela comida, mal estar e febre alta diária, temia morrer. João melhorou, mas a mulher diz que entre as poucas sequelas, ficou o desejo de comer muito.


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1.Junho.2021

Nova estrada não duplica nem resolve o problema

nova estrada


do alto fluxo de veículos entre Itabuna e Ilhéus. A obra anunciada pelo estado não duplica a Rodovia Jorge Amado e cria um novo problema, gerando um congestionamento constante no Banco da Vitória, onde a nova estrada, que será de mão única na direção do litoral, termina.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro, que é da base do governador, disse que a nova rodovia "ligando os maiores municípios do sul da Bahia", "realiza esse sonho de várias décadas da população sulbaiana". Mas a nova estrada não liga as duas cidades, parando bem antes.

Também não é o "sonho de várias décadas". Este era a duplicação real da estrada, da saída de Itabuna até a chegada em Ilhéus. O projeto também previa uma ligação da BR-101 até o começo da nova pista, além de saídas essenciais para o futuro Porto Sul e o litoral sul.

Não tem o essencial

Na altura do Banco da Vitória, onde a estrada estadual vai terminar, o projeto previa uma pista ligando diretamente à zona norte, outra à zona sul, desafogando o tráfego, principalmente no verão, quando milhares de carros têm que entrar na cidade para seguir até as praias.

A estrada estadual não tem nada disso. Ela aproveita uma estrada de terra que já existe entre os dois pontos. Não prevê ligação alguma ao Porto Sul, como no projeto original, tornando-a uma obra inútil para o sul da Bahia se o Governo Federal não intervir e construir o restante do original.

A nova estrada, além de não resolver o problema, custará R$ 40 milhóes a mais que a do projeto original, um mistério que deveria ser investigado pelo Ministério Público. Ao fazer uma meia obra com dinheiro estadual, o governo baiano evita ser fiscalizado pelo TCU.

Mentiras oficiais

O anúncio da obra está cheio de mentiras. "A rodovia vai ser importante para o desenvolvimento econômico do Litoral Sul baiano, porque facilitará a ligação da região com o Oeste, Meio Oeste e Extremo Sul do estado". A nova estrada não tem ligação sequer com a BR-101.

"Em Ilhéus, o escoamento da produção de grãos em direção ao Porto de Malhado será beneficiado com a implantação da via". As carretas de grãos vêm pela estrada de Uruçuca. Se mudarem para a nova estadual, vão congestionar o Banco da Vitória. E não existe ligação com a BR-101.

O estado diz que a estrada vai facilitar "o transporte de produtos agrícolas e do minério da região de Brumado em direção ao Porto Sul, que será construído em breve". Esta é a maior mentira, já que todo o transporte será feito pela Ferrovia de Integração Oeste/Leste.

Por fim, o anúncio do estado diz que a estrada "vai proporcionar melhoria no deslocamento entre as duas cidades", algo improvável, devido ao gargalo que será formado em Banco da Vitória. Outra falácia é a de que facilita o acesso às praias, como apontou o Jornal das Sete, da rádio Morena FM.

Todos os motoristas terão que entrar em Ilhéus do mesmo jeito que fazem hoje, além de enfrentar o afunilamento no Banco da Vitória. Sem ligar as duas cidade, sem ligação com a BR-101, nem saídas para as zonas norte e sul do litoral, a nova estrada é uma obra cara e inútil.


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