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11 de Junho de 2005

Teodoro Pires, pioneiro da internet
"Quem financiou o primeiro provedor não sabia o que era"

       lembra o especialista em informática Teodoro Pires, que implantou o primeiro provedor de acesso à internet do interior baiano, há quase 10 anos. O que hoje é coisa comum, na época exigiu dedicação, amor pela causa e muito suor.
       Teodoro acreditou no seu sonho e buscou, de todas as formas, tornar concreto seu ideal. É verdade que encontrou muitas barreiras em seu caminho. Uma delas foi a descrença num projeto novo, revolucionário e com um alto investimento, em mais de US$ 50 mil.
       Teodoro é analista de sistemas há mais de 25 anos, formado em filosofia, professor de Ciências de Computação da Uesc há quatro anos e uma das maiores autoridades em informática avançada, além de ser mestre em ciências e doutorando em engenharia eletrônica pela USP.

A Região - Como surgiu a idéia de montar um provedor em Itabuna?
       Eu já usava a internet através de uma BBS em Salvador para acessar um serviço de email, mas não era uma conexão online. Eu acessava a BBS, mandava meus emails, desconectava e, uma seis horas depois, conectava e pegava as mensagens através da UFBA. Levava muito tempo, mas era uma coisa bacana e eu queria muito ter aquilo aqui em Itabuna. A gente acessava aquele serviço, só de textos, mas era impressionante.

AR - E na hora de implantar o sistema em Itabuna como foi?
       Bom, eu queria ter isso em casa, então pensei que a maneira de viabilizar isso seria eu montar uma empresa, que me daria as coisas que eu gostaria de ter e também iria disponibilizar o serviço para a comunidade. Como eu já dominava essa tecnologia, porque tinha feito um curso de engenheiro Novell, já não teria este custo para implantar a empresa. Eu seria o sócio com conhecimento técnico e precisava levantar o dinheiro necessário para os equipamentos.

AR - De quanto você precisava para montar o provedor e como conseguiu?
       O provedor na época era muito caro, cerca de US$ 50 mil. Hoje, com R$ 10 mil é possível montar um provedor. Então eu saí procurando um sócio capitalista que entrasse com o dinheiro. Procurei vários empresários, homens de negócios de Itabuna, sem sucesso até que encontrei o Sr. Evaristo Lagariça, sócio de uma empresa de transporte coletivo e pai de um amigo meu. Mostrei o projeto para ele, que não tinha a menor idéia do que significava internet, aliás como quase todo mundo na época, e ele foi muito bacana. Porque internet é algo que você não pega, não sente, mas ele acreditou, investiu no projeto. Eu confesso que sou muito agradecido a ele. Aliás, não só eu como a cidade toda deve a ele esse investimento. Não adiantava nada eu ter o conhecimento técnico sem o dinheiro.

AR - Pode se dizer então que há 10 anos Itabuna foi pioneira no interior baiano?
       Foi sim e o mais interessante disso tudo é que nem a Telebahia, na época, sabia como operar direito o sistema, imagine as primeiras pessoas. Tivemos uma dificuldade muito grande porque a quantidade de gente que entendia de comunicação nessa área era muito pequena e a gente teve que resolver problemas da própria Telebahia. Coisas como, por exemplo, de comunicação das centrais antigas, com os números 211 e 212. Havia um grande estreitamento de largura de banda, eles não sabiam diagnosticar o que era e acabou que fomos nós que encontramos e solucionamos os problemas.

AR - E quanto aos primeiros clientes, houve também resistência por causa do pouco conhecimento no assunto?
       Lembro de um dos primeiros clientes que tivemos, Marcel Leal que, além de gostar, era um dos poucos que entendiam do assunto e, logo no primeiro ano em que o sistema foi implantado, ajudou muito, inclusive na elaboração e realização de feiras e todo tipo de eventos com palestras, entrevistas e programas de rádio em Itabuna e várias outras cidades da região para mostrar o que era a Internet. As pessoas mal sabiam o que era um mouse, sem contar com os problemas com as linhas telefônicas, que eram muito ruins na época. É até bom destacar a participação de Roberto Carlos, um funcionário da Telebahia que era nosso consultor. Depois que ele começou a nos atender tivermos uma melhoria na qualidade do serviço muito grande, porque ele resolvia os problemas. O Roberto era o tipo de pessoa que ouvia a reclamação de uma linha telefônica, o 212 por exemplo que estava com problemas e trocava imediatamente pelo 613, que eram as centrais digitais que nunca davam problema.

AR - Com relação as transmissões ao vivo, a rádio Morena FM foi a primeira a aderir a essa modernidade, não foi?
       A Morena FM foi a primeira rádio na Bahia a ter transmissão ao vivo via internet e era uma coisa tão esotérica e ousada que até na capital era muito raro. Mas Marcel sempre acreditou e investiu muito na tecnologia, até porque ele entende muito bem do assunto. No primeiro ano de internet, todos os sites da região eram dele, inclusive o de A Região.

AR - Então você conseguiu realizar seu sonho...
       Sim, depois da primeira preocupação que foi montar os servidores, comprar o roteador, o servidor de acesso, o modem e essas coisas todas e que levaram muito dinheiro, veio mais despesas com propaganda. Outra preocupação era a busca por uma maior quantidade de clientes. Quando a Nuxnet ficou pronta e entrou no ar, já tínhamos uns 20 clientes mais ou menos, mas era preciso ter uns 100 para equilibrar os custos. Ficamos no vermelho por muito tempo, porque a gente pagava todo mês R$ 6 mil por um "link" de 64 kbps e era muito dinheiro. Mas internet na época era muito caro, as pessoas pagavam por hora de acesso e não tinha esse acesso de alta velocidade que temos hoje.

AR - Isso, além de problemas de estrutura na Telebahia...
       Pois é. O que achei interessante é que a Telebahia era tão despreparada que quando fomos comprar 10 linhas telefônicas eles disseram que não podiam vender essa quantidade para uma empresa. Aí eles fizeram assim: venderam duas para mim, três para seu Evaristo, três para outra pessoa e mais duas para outra. Isso porque a linha telefônica era muito cara na época. Hoje a internet caminha para ser o principal meio de comunicação, está cada vez mais disponível para a população de baixa renda e integra o mundo inteiro.

 

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