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16 de Agosto de 2003

"Existem quatro grandes desafios que terão de ser vencidos na Uesc"

afirma a professora Dinalva Melo, acrescentado que eles só serão superados com garra, determinação, apoio da sociedade e órgãos públicos. Dinalva é um dos quatro candidatos à reitoria da Universidade Estadual de Santa Cruz.
       Itabunense, casada, uma filha, professora há 37 anos e dona de um vasto currículo, Dinalva Melo é graduada em Filosofia pela antiga Faculdade de Filosofia de Itabuna (FAFI), especialista em Gestão Universitária pela Fundação Getúlio Vargas (SP), tem mestrado em Educação pela Universidade de Brasília, foi coordenadora de Desenvolvimento Institucional e uma das responsáveis pelo atual modelo da Uesc, após sua estadualização.
       A professora, que também foi chefe do Departamento de Filosofia e coordenadora da primeira publicação editorial da universidade (antiga Revista Fespi), é secretária de Educação de Ilhéus.

A Região - A senhora fala em quatro grandes desafios. Quais são eles?
Dinalva Melo - O primeiro é a confirmação de uma concepção de universidade que foi implementada há oito anos e, como conseqüência, o modo de gerenciá-la. Outro é sair na frente na constituição de um sistema de ensino superior, de construção de ciência e tecnologia. Há um tempo a Uesc era a única na região a oferecer ensino superior. Hoje, outras instituições estão sendo instaladas e é preciso que ela se constitua como articuladora desta área.

AR - Quais são os outros dois desafios?
DM - O terceiro desafio é o financiamento. Cada vez mais os recursos são escassos e as demandas são infinitas. O quarto é a interação comunitária. É preciso que uma pergunta seja formulada: qual é o papel que a universidade vem consolidando na região? O que tem sido priorizado em detrimento de alguém ou do desejo de alguma comunidade?

AR - Que balanço a senhora faz da Uesc de hoje?
DM - Acho que aí passa por aquilo que chamei de primeiro desafio na concepção de universidade e de gerenciamento. Uma instituição de ensino superior tem dois caminhos: aquele que vai usar todo o poderio pró-manejo do conhecimento para a conservação do domínio, ou ser a ferramenta que vai garantir a educação. Sabemos que a nossa região tem esse traço de desigualdade social, econômica, de tendências ao individualismo.

AR - O que é necessário para reverter essa situação?
DM - É preciso que a instituição tenha muito cuidado para não reforçar esses traços fortes de nossa herança cultural do coronelismo e da própria monocultura. O que se imagina é que, quando se pensou a carta consulta dentro da universidade, foi para que ela se constituísse em um instrumento que fosse capaz de proporcionar a emancipação. Entendemos que esse contexto histórico precisa ser preservado.

AR - O que mudou na Uesc nesses últimos oito anos?
DM - Não podemos negar que ela cresceu em número de cursos, serviços e no atendimento das demandas. Agregamos professores vindos de outros estados e até de outros países que, com seu trabalho e dedicação, somaram qualidades no trabalho científico e acadêmico. Mas isso determina uma mudança nas estratégicas gerenciais que hoje são verticalizadas e no estilo tradicional.

AR - Como assim?
DM - São linhas de comissão, colegiado, estado, hierarquia. Tudo isso é a formatação legal, mas é preciso que outras alternativas sejam pensadas e utilizadas, do tipo estrutura em rede, imaginando uma universidade como um organismo vivo. É preciso questionar se aquilo que foi ingestado de 91 a 95 do ponto de vista de concepção de universidade se concretizou ou precisa ser revisto. Isso nos leva a dar conta do desafio do crescimento quantitativo e qualitativo.

AR - O orçamento da Uesc é suficiente para atender as exigência atuais?
DM - Imagino que precisamos, do ponto de vista institucional, redefinir uma pró-reitoria ou quiçá um escritório de desenvolvimento regional que vá estabelecer relações com os organismos federal e estadual, com o empresariado, com ex-alunos. Nós precisamos viabilizar a apropriação dos bens do Instituto de Cacau da Bahia, que é patrimônio da universidade, e agregar isso como valor econômico a ser incorporado ao orçamento da Uesc.

AR - Outros candidatos falaram em constituir uma fundação?
DM - É lugar comum dizer que as universidades públicas precisam de uma fundação. Já vivemos problemas na universidade advindos da inexistência de um organismo que seja capaz de receber pelo serviço prestado e garantir uma remuneração complementar.

AR - Como isso deve ser feito?
DM - É preciso que esse caminho não seja em detrimento da responsabilidade que o estado tem que ter. O mais significativo é a superação de uma visão em que uma possível parceria não atenda a essas demandas. É preciso sair do âmbito do orçamento do estado porque esse vai ser sempre escasso.

AR - Os cursos que a universidade oferece são o que a comunidade merece e exige hoje?
DM - Acho que tem dois aspectos. O ideal, quando se faz avaliação, tem que ser tomar como base “o que eu programei e o que executei”. Se for uma relação ótima, estamos satisfeitos. Mas é preciso que a avaliação da Uesc como um todo tenha como base dois critérios: a legitimidade e a efetividade. A Uesc se configura como um instituição objeto de uma grande defesa por parte da sociedade regional?

AR - E o segundo?
DM - O segundo é se há satisfação por parte da clientela ou estamos colocando no mercado de trabalho profissionais resultantes de um processo educacional alienado. São perguntas que se eu respondesse seria apenas fruto de uma percepção particular minha. O que não podemos esquecer é que existem demandas regionais nas licenciaturas. Estamos precisando dar algumas guinadas que assegurem não só uma quantidade de profissionais mas também profissionais que saibam estar conectados com a educação básica. A Uesc precisa estar mais atenta à educação básica e às necessidades regionais.

AR - Como a senhora analisa as cotas para negros nas universidade públicas?
DM - É uma questão muito complexa. Me parece que, se pensar em cotas, vamos ter que pensar em cotas para todas as minorias. Por outro lado, se as cotas não existem, como oferecer oportunidade para as minorias? A questão é: a cota está centrada a uma falácia. O ingresso nas universidades se dá por mérito, quem tem entra. O que se tem a considerar é: a meritrocacia pode ser instrumento de igualdade de acesso quando não se tem igualdade de oportunidade de acesso? Mas se a cota for apenas usada como uma questão parcial, uma estratégia emergencial enquanto se cuida da mudança da política de acesso, ela pode se constituir numa estratégia. Mas como política de igualdade de acesso ela se caracteriza como abordagem contraditória e são essas desigualdades todas que perfazem a sociedade a brasileira. Não é a grande saída.

AR - Por que ser reitora?
DM - Quando eu estava desenvolvendo as atividades de fim de ano no período de gestação da Uesc, me pareceu que aquelas proposições mereceriam uma complementação. É preciso gerenciar a Uesc na busca desse ideal de emancipação sem que seja megalomaníaco nem quixotesco, no sentido de que ela tenha uma forte interação comunitária, com capacidade de estar ao lado da sociedade civil organizada.

 

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