Oftalmo alerta para glaucoma e Covid

Abril Marrom é o mês dedicado à campanha sobre prevenção da cegueira. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, há mais de 1,2 milhão de cegos no Brasil. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 80% dos casos de cegueira são evitáveis ou tratáveis.

Para explicar a campanha e as causas da cegueira, o oftalmologista José Fabiano Menezes, do DayHorc, foi o convidado do programa Mesa Pra 2, da rádio Morena FM, de Itabuna, nesta quarta-feira. A íntegra do programa pode ser ouvida nesta quinta, em podcast, no site morenafm.com

Menezes alertou que a prevenção não pode parar nem em tempo de pandemia. "É necessário que as pessoas se conscientizem e façam um check-up, com o objetivo de prevenir as principais causas de cegueira no mundo: catarata, glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade".

Ele explicou como surgem a catarata e o glaucoma, como são tratados e a importância do diagnóstico precoce. "O que foi perdido de visão até o início do tratamento de glaucoma é irrecuperável. A partir daí se controla com colírios ou cirurgia, mas é impossível recuperar a visão perdida".

Outro oftalmologista do DayHORC de Itabuna, Bernardo Almeida, explica que, além das principais causas de cegueira, existem questões trazidas pelo novo coronavírus. "A Academia Americana de Oftalmologia vem divulgando diversas pesquisas relacionados à disseminação do vírus e às suas repercussões sistêmicas e oculares".

Recentemente, ela apresentou uma série de casos de perda de visão em paciente com COVID-19 decorrente de oclusão vascular da retina. “Pesquisadores lutam para entender e combater as consequências causadas pela COVID-19. Ainda não está claro o que o vírus causa nos pacientes recuperados".

"Mas já está comprovado que essa doença pode originar danos como diabetes e hipertensão, podendo gerar de leves a graves implicações indiretas, retinopatia diabética, catarata e retinopatia hipertensiva entre elas”. Ele acrescenta que ainda não há pesquisas sistemáticas de longa data com resultados robustos sobre o assunto.

A OMS estima que a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, sendo a principal causa de cegueira adquirida. A doença provoca a perda progressiva, porém reversível, da visão, podendo ser imperceptível pelo paciente nos estágios iniciais.

A cirurgia da catarata consiste na remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente intraocular artificial transparente. Paralelamente, a presbiopia, a diminuição progressiva da capacidade de focar nitidamente objetos a curta distância, é um dos principais problemas que podem surgir com o envelhecimento.

Avanços tecnológicos, como as Lentes Intraoculares (LIOs) Trifocais, têm demonstrado melhores resultados para esses pacientes tanto refrativos quanto visuais. “As Lentes Intraoculares Bifocais apresentam apenas dois focos principais: longe e perto".

"No entanto, atualmente, o foco intermediário tem sido cada vez mais exigido, com o uso muitas vezes excessivo de telas como computadores, smartphones e tablets. Essa necessidade estimulou o desenvolvimento das lentes com três pontos focais”, destaca Dr. Bernardo.

O glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo (12,3%). Há cerca de 900 mil glaucomatosos no Brasil. Contudo, o Ibope Inteligência constatou recentemente que 40% das pessoas desconhecem essas doenças. O glaucoma pode causar cegueira permanente, uma vez que a perda de visão não pode ser recuperada.

O tratamento consiste em controlar a pressão ocular por meio de colírios ou uso de procedimentos cirúrgicos pouco invasivos. “O diagnóstico precoce do glaucoma só é possível por meio do exame oftalmológico completo, o que torna a prevenção fundamental”, alerta o Dr. Rogério Vidal, do DayHORC, especializado na área.

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI), por sua vez, é uma doença crônica progressiva que ocorre na parte central da retina e leva à perda progressiva da visão central. É a principal causa de perda irreversível da visão entre as pessoas acima de 50 anos. Atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas no mundo têm DMRI.

Condições ambientais, alimentação e predisposição genética também são fatores de risco, porém o maior deles é a idade: o problema acomete 10% de pacientes entre 66 a 74 anos e 30% com mais de 75 anos.

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