Consumo muda ao sabor da pandemia
O consumo em valor de bens de consumo massivo dentro do lar caiu 3,8% no terceiro trimestre em comparação a abril, maio e junho, quando a vida ainda estava concentrada em casa, mas ainda registrou 12% de crescimento se comparado ao mesmo período do ano passado. É o que apontao Consumer Insights da Kantar.
Grande parte desse impulso deve-se ao auxílio emergencial concentrado na base da pirâmide social, visto que 72% da classe DE e 61% da classe C declaram ter recebido o valor. Esse dinheiro foi destinado para três despesas principais: alimentos e bebidas (63%), serviços básicos (47%) e produtos de limpeza (38%).
Já fora do lar, a flexibilização nas restrições do confinamento gerou uma estabilização na tendência de queda do consumo (+0,2%) entre julho e setembro no Brasil. Porém, o cenário para o consumo out of home ainda é negativo se comparado ao ano anterior (-17%).
A volta de consumidores para as ruas e o desembolso de valores maiores a cada compra são os dois fatores que ajudaram nessa estabilização. Os adultos entre 30 e 39 anos das classes A/B e C são os responsáveis por puxar essa contribuição e têm gasto até 7% mais nas refeições fora de casa, especialmente aos finais de semana.
No curto prazo, os gastos com bufês e cardápio aumentaram 35%, e com sanduíche e hambúrguer 27%. No entanto, as compras de snacks industrializados, como salgadinhos, balas e chocolates, caíram 19%. Com a possibilidade de voltar a fazer refeições fora de casa entre julho e setembro, os bares aumentaram 59%.
Na mesma linha, os restaurantes tiveram incremento de 11% e as lanchonetes e padarias de 36%. A flexibilização do isolamento, juntamente com o impacto nos preços, influenciou na escolha de quais produtos o brasileiro levou para casa entre julho e setembro.
Alguns alimentos aumentaram sua penetração, como o pão industrializado (+11,8%), creme de leite (+8,7%) e linguiças (+8,3%). Ao mesmo tempo, outros perderam relevância, como bolo pronto (-4%), caldos (-3,8%) e salgadinhos (-2,8%). O consumo de embalagens maiores e retornáveis de refrigerantes cresceu.
A cesta de limpeza cresceu 4%, com destaque também para as embalagens maiores e econômicas, principalmente de água sanitária, desinfetante e cloro. A cesta de higiene e beleza caiu 3,7% em unidades no curto prazo, mas categorias como cremes para pele, deo colônia, tintura para cabelo e maquiagens voltam a ganhar compradores.
Para o futuro, 81% dos consumidores se declaram muito preocupados com o cenário de COVID-19 e as principais citações são: 24% com a saúde das pessoas de modo geral, 16% com a falta de hospital para todos e 13% com a saúde dos filhos e crianças da família. Apenas 4% colocam economia entre as principais preocupações.
Muito esforço foi feito para produzir estas notícias. Faça uma doação para repor nossas energias. Qualquer valor é bem vindo. Pode ser via Bradesco, ag 0239, cc 62.947-2, em nome de A Região Editora Ltda, ou pelos botões abaixo para cartão e recorrentes.
