Náufragos nadaram mais de 18 horas
Dois pescadores de Santa Cruz Cabrália (foto) escaparam da morte depois de um naufrágio em alto mar, no domingo passado. Eles tiveram mais sorte do que seus colegas de Itacaré que estavam desaparecidos, entre eles o capitão do barco, cujo corpo foi encontrado na praia de Cassange, na Península de Marau.
Com muita coragem e força, os dois homens de Cabrália nadaram mais de 18 horas para sobreviver ao afundamento da embarcação Shark Rio. Os dois amigos partiram do terminal pesqueiro de Cabrália por volta das 5 horas. Como já anoitecia e ainda não haviam retornado, a família e outros pescadores acionaram a Marinha.
A Marinha enviou uma equipe de busca e salvamento ao local, mas o barco não foi localizado. O pescador Almir Sizenando, 47 anos, e o amigo Márcio acreditam que o barco foi a pique rapidamente, depois de um problema mecânico na bomba de água.
Era por volta das 9 horas e eles tentaram contato via rádio, mas ninguém ouviu o pedido de socorro dos náufragos. Um dos tripulantes do barco Shark Rio usava colete salva-vidas, enquanto o outro uma roupa de mergulho, que também ajuda a flutuar.
Os dois se agarraram a objetos que estavam na embarcação, como vasilhames e isopor, e começaram a nadar em mar aberto, percorrendo cerca de 9 milhas náuticas - o que equivalente a quase 15 quilômetros, quando finalmente alcançaram a praia, no distrito de Santo Antônio, em Santa Cruz Cabrália.
Já passava das 3 horas da madrugada de segunda-feira. Na segunda-feira, os dois pescadores voltaram à região do naufrágio, em uma embarcação maior, para tentar localizar o barco que tinha sido usado. A Marinha, por meio da Delegacia da Capitania dos Portos, informou que abriu inquérito para apurar as causas do naufrágio.