durante participação do presidente da Fundação de Cultura e Cidadania de Itabuna, Aldo Rebouças, no programa Mesa Pra 2, apresentado pelo jornalista Marcel Leal na rádio Morena FM. A informação, dada em primeira-mão, mostra um modelo inédito para o setor.

"Isso é em primeira-mão pra voce, não divulguei ainda em lugar nenhum. Ontem estive com o prefeito Augusto Castro e um tempo atrás com a secretária Andreia Castro, tratando de um projeto importante que vai se chamar Cultura + Social Cuidando de Voce".

"A gente pensou nessa categoria que não está tendo atividade nem como manter seu sustento. É um projeto de capacitação dos artistas da cidade, reunindo uns 60 cantores através do CadCulti. A gente vai disponibilizar uma fonoaudióloga, para manter uma técnica e cuidado vocal, por exemplo".

Haverá um professor de expressão corporal, um outro de media training, para ensinar como o artista deve se comportar numa entrevista, seja no rádio ou na tv. "O artista vai saber como divulgar seu trabalho". Também terá uma hora deste curso dedicada à cultura e à história local.

"Vamos buscar uma emissora local de rádio e de televisão para divulgar o trabalho desses artistas, dentro desse projeto, com uma apresentação ao vivo", diz Aldo. "A de rádio voce já tem, a Morena FM", respondeu Marcel, lembrando que a emissora sempre foi a maior divulgadora de talentos locais.

Projetos sazonais

A Ficc também planeja um evento para arrecadar doações para os artistas locais, que estão sem trabalho por conta da pandemia. A ideia é repetir o ponto de coleta do SOS Artistas, na rótula do São Caetano, junto com um show ao vivo no local, transmitido por rádio, tv e internet.

Aldo também contou que a ideia, para quando for possível eventos com público, é não fazer carnaval e apostar em uma micareta em abril, "fugindo da concorrência com os outros municípios". No meio do ano, a proposta é promover o São Pedro e o aniversário da cidade (28 de julho).

"Teríamos ainda um festival religioso por volta de setembro ou novembro e aí a gente pontua três pilares de eventos na cidade. Issso sem falar nos outros festivais que podem ser realizados, como a Felita ou o Festival Multiarte, que são eventos importantes".

CadCulti e dados

Aldo falou sobre o CadCulti, o cadastro de cultura e turismo para artistas, produtores e outras pessoas que militam na área. Mais do que um cadastro, o sistema fornece uma ampla gama de relatórios, com cruzamento livre de dados, que dão um panorama acurado do setor.

"Uma surpresa, por exemplo, foi a quantidade de pessoas ligadas ao circo, mesmo sem existir um na cidade. Mas o sistema nos informa que a maioria dos cadastrados é da área de música e, por bairro, da Mangabinha, que sempre foi um grande celeito de talentos", diz Aldo.

Marcel questionou as dívidas a pagar deixadas pela gestão anterior. Chama a atenção os gastos com montadores de palco e sonorização. "Em 2020 não foi feito nenhum evento, de ninguém, por conta da pandemia, então não tem como ter gasto com som e palco. É no mínimo estranho", lembrou.

Voce pode ouvir todo o programa em podcast, no site da Morena FM.

do alto fluxo de veículos entre Itabuna e Ilhéus. A obra anunciada pelo estado não duplica a Rodovia Jorge Amado e cria um novo problema, gerando um congestionamento constante no Banco da Vitória, onde a nova estrada, que será de mão única na direção do litoral, termina.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro, que é da base do governador, disse que a nova rodovia "ligando os maiores municípios do sul da Bahia", "realiza esse sonho de várias décadas da população sulbaiana". Mas a nova estrada não liga as duas cidades, parando bem antes.

Também não é o "sonho de várias décadas". Este era a duplicação real da estrada, da saída de Itabuna até a chegada em Ilhéus. O projeto também previa uma ligação da BR-101 até o começo da nova pista, além de saídas essenciais para o futuro Porto Sul e o litoral sul.

Não tem o essencial

Na altura do Banco da Vitória, onde a estrada estadual vai terminar, o projeto previa uma pista ligando diretamente à zona norte, outra à zona sul, desafogando o tráfego, principalmente no verão, quando milhares de carros têm que entrar na cidade para seguir até as praias.

A estrada estadual não tem nada disso. Ela aproveita uma estrada de terra que já existe entre os dois pontos. Não prevê ligação alguma ao Porto Sul, como no projeto original, tornando-a uma obra inútil para o sul da Bahia se o Governo Federal não intervir e construir o restante do original.

A nova estrada, além de não resolver o problema, custará R$ 40 milhóes a mais que a do projeto original, um mistério que deveria ser investigado pelo Ministério Público. Ao fazer uma meia obra com dinheiro estadual, o governo baiano evita ser fiscalizado pelo TCU.

Mentiras oficiais

O anúncio da obra está cheio de mentiras. "A rodovia vai ser importante para o desenvolvimento econômico do Litoral Sul baiano, porque facilitará a ligação da região com o Oeste, Meio Oeste e Extremo Sul do estado". A nova estrada não tem ligação sequer com a BR-101.

"Em Ilhéus, o escoamento da produção de grãos em direção ao Porto de Malhado será beneficiado com a implantação da via". As carretas de grãos vêm pela estrada de Uruçuca. Se mudarem para a nova estadual, vão congestionar o Banco da Vitória. E não existe ligação com a BR-101.

O estado diz que a estrada vai facilitar "o transporte de produtos agrícolas e do minério da região de Brumado em direção ao Porto Sul, que será construído em breve". Esta é a maior mentira, já que todo o transporte será feito pela Ferrovia de Integração Oeste/Leste.

Por fim, o anúncio do estado diz que a estrada "vai proporcionar melhoria no deslocamento entre as duas cidades", algo improvável, devido ao gargalo que será formado em Banco da Vitória. Outra falácia é a de que facilita o acesso às praias, como apontou o Jornal das Sete, da rádio Morena FM.

Todos os motoristas terão que entrar em Ilhéus do mesmo jeito que fazem hoje, além de enfrentar o afunilamento no Banco da Vitória. Sem ligar as duas cidade, sem ligação com a BR-101, nem saídas para as zonas norte e sul do litoral, a nova estrada é uma obra cara e inútil.