entrevista
10.Maio.2014



Wanderley Rodrigues, corretor de imóveis

“Aluguel é para quem tem emprego definido”
lele nos bancos, receita federal, etc, afirma Wanderley Rodrigues, mais conhecido como “Lelê”, um corretor de imóveis veterano e de muita credibilidade em Itabuna, desde os tempos em que trabalhava no Banco do Brasil.
      Wanderley queria se aposentar, mas só se tivesse outra profissão lucrativa. “Na época a Previ, a caixa de previdência dos funcionários, financiava imóveis para funcionários. E entre as duas escolhas para me aposentar, a agencia de turismo e a imobiliária, escolhi a segunda”.
      Ele contra que na escolha pesou o fato de ter muitos colegas, a boa relação com o banco e uma maneira de atacar uma área onde sabia que teria sucesso. A entrevista foi concedida ao jornalista Marcel Leal no programa Mesa Pra 2 (quartas, 15h), da rádio Morena FM 98.7

Quando você começou atuar no ramo de imobiliária, o que mudou?
       Não é que mudou. No momento em que estamos vivendo, quem tem dinheiro está segurando demais. O Brasil está complicado com os problemas do PT e quem tem dinheiro está segurando para o momento certo. Não parou, quem tem dinheiro continua tendo e quer investir em coisa melhor.

Hoje tem mais venda ou aluguel?
       Aluguel hoje é para quem tem um emprego mais definido nos bancos, receita federal, etc. Tem aqueles que procuram imóveis para alugar, outros tem e querem vender para cobrir dividas e alugar o imóvel como economia.

O que tem de oferta hoje?
       Tem mais coisas para vender do que para alugar, mas as duas áreas tem ofertas. Eu tenho 20 imóveis para aluguel e 100 para venda.

Que mudanças teve o mercado?
       Itabuna viveu um momento difícil, porque ninguém queria construir por falta de dinheiro. Mas uma pessoa inteligente, Eduardo Moura, viu o momento difícil, começou a fazer prédios com dois ou três andares e dois apartamentos por andar. Foi um sucesso espetacular. Ele construiu e vendeu muito. Ele fez um prédio sem elevador, mais humilde, com sete ou oito apartamentos.

Como você vê os novos bairros planejados?
       Itabuna só tem a ganhar. São coisas de qualidade muito boa. Temos o Cidadelle em construção, o Jardim das Orquídeas, de Mário Pimental, o Alphaville em frente ao Cepec, numa fazenda de 100 hectares e outro Alphaville em frente ao Flecha, de Ervino Binow Jr.

Para a cidade é bom?
       Sim, muito bom, mas faço um comentário. O momento para vender o que o grupo Cidadelle está lançando no mercado, o prédio comercial, o Cidadelle Oficce, não está bom. Acho que deveria esperar um pouco mais para ter o sucesso do primeiro, o Cidadadelle residencial.

Como está o mercado de escritórios em Itabuna?
       Daquele prédio que Wanderson (WA) construiu no São Caetano, com 140 salas, eu tenho para vender apenas 9 e para alugar uma meia dúzia. Todos foram vendidos.

O pessoal está migrando escritório do centro para os bairros?
       Sim, porque lá existe a facilidade, como vaga de garagem, estacionamento, que o empresário precisa. É tendência normal você sair do miolo. Veja como exemplo Salvador. As ruas Chile e Carlos Gomes, tudo isso acabou.
      Hoje aquelas áreas estão desvalorizadas. Eles foram para bairros distantes e construíram praticamente uma cidade. É o que a Cidadelle está propondo aqui em Itabuna. É fazer daquele bairro uma cidade, com lojas, cinemas, clubes, supermercados.

A questão é convencer Itabuna a montar estrutura para um empreendimento que só recolhe impostos para Ilhéus...
       Itabuna vai ganhar o que? Empregos, porque a maioria dos empregados é de Itabuna, mas existem duas coisas que, acho, seria importante. A primeira é chegar o município um pouco mais para Ilhéus. E a junção das duas cidades, que acredito não vai demorar muito para acontecer. glicêmico.

Como estão as facilidades para quem quer comprar. Existe financiamento?
       Está muito bom. A CEF e o Banco do Brasil por exemplo, financiam até 90%, com a maior facilidade. Até gente que não tem uma condição financeira pode financiar um imóvel. Nossa imobiliária cuida dos detalhes e ele só precisa assinar.

E os prédios que tiveram a construção parada?
       Só existem dois, da Runa, e acredito que não deram sequencia em parte por culpa dos interessados. Se você faz proposta para uma empresa assumir a conclusão do prédio e os donos tem que pagar mais “x”, um diz que não aceita, outro também, e fica parado.
      É besteira, porque a cada dia aumenta mais o valor e quanto mais cedo você puder concluir, você pode alugar, vender.

Quem procura apartamento que tipo quer?
       Para morar, quer três quartos, sendo uma suíte, com duas vagas na garagem. Localização no jardim Vitória, Góes Calmon (até o meio do caminho) e o centro. Se alguém reclamar que aumentou muito, não aumentou. De um quarto, só para aluguel.

E no setor de casas?
       Não construíram casas de um período para cá, só apartamentos. Se você quiser comprar uma casa boa, não custa menos de R$ 500 mil. Se quiser uma casa de até R$ 300 mil não está fácil encontrar. As quem existem foram bem feitas, todos tinham dinheiro, o cacau estava em alta.

Mas ainda tem gente construindo casas?
       Tem casa de conjunto, sobrados, casa de bom tamanho. No São Judas, por exemplo, que antigamente o pessoal fazia restrição porque eram áreas muito grandes, hoje a prefeitura resolveu diminuir o tamanho dos lotes, desmembrando.
      Hoje existem lotes de 500 metros quadrados. Tenho um amigo que deseja um lote de 3 mil m2, para construir 5 ou 6 casas com amigos. Hoje é a moda da cidade.
      Temos também uma área depois do Castália onde estão sendo construídos sobrados com três quartos, estilo São Paulo, custando R$ 180 a R$ 190 mil. Mas casas boas são as antigas.

Quando Carlito Alemão construiu o Santa Paula, trouxe material de primeira...
       Eu vendi um apartamento no Santa Paula e a pessoa pediu R$ 400 mil com uma vaga na garagem. Hoje não se tem um apartamento com menos de R$ 300 mil e apenas uma vaga. Até quem procura casa, quando mostramos apartamentos bem estruturados, com lazer, espaço para o filho brincar, ele faz opção pelo apartamento.

Como você vê o setor daqui para a frente?
       Eu acho que Itabuna e Ilhéus, quando se transformarem numa cidade só, as duas vão ganhar. Eu considero Ilhéus como o Rio de janeiro e Itabuna como São Paulo. Se os governantes do país fizerem o que prometem, como o aeroporto e a estrada de ferro, vamos para frente.

Ainda tem muita procura por terreno para construir?
       Tem sim, está na moda você e cinco ou seis amigos comprar um imóvel que dê para fazer casas ou apartamentos para morar juntos. Sai mais barato, mais bonito e sem ter a preocupação de ter como vizinho aquela família com um filho drogado ou problemático.
      Há uma semana vendi um terreno pequeno na Barão do Rio Branco, de 7x37m para três amigos por R$105 mil. Eles vão construir seis apartamentos e cada um fica com dois.

Qual o preço médio de um apartamento com três quartos e suite?
       Depende da localização. Um novo nas Nações Unidas, por exemplo, com 3 quartos, suíte, elevador e duas vagas de garagem, sai por R$ 450 mil. Outro em áreas como Jardim Vitória, com 3 quartos, sem elevador e com uma vaga, sai por mais ou menos R$ 300 mil.

O que faz o preço hoje?
       É o custo da obra, o material de construção, a mão de obra, o custo do terreno, quanto melhor a localização do imóvel, mas caro é. Muitas casas podem acabar dando lugar a prédios, mas depende do tamanho da área e da localização.
      Estamos vendendo na Beira Rio uma casa com duas frentes entre o Beira Rio e a Paulino Vieira. No inicio foi pedido R$ 2,5 milhões, baixaram e agora custa R$ 1,5 milhão.

Como está o mercado de corretores, tem muita gente ilegal?
       Muita gente ilegal não. Tem muita gente que trabalha direito e tem aqueles que deixam um pouco a desejar. Alguns recebem um terreno num local ruim para vender e colocam a placa no terreno vizinho, bom. Depois que compram e fazem a planta, o dono do terreno bom diz que é o outro.

Você vê o mercado imobiliário caminhado para Ferradas com a chegada da Ufesba?
       Por enquanto não. Mas aquele lado não tem favela, bandido e é uma área próxima. É o lado de Itabuna que precisa crescer, assim como o lado do Hospital de Base. Mas o valor de Ferradas está muito alto. Eu tinha uma fazenda de 101 hectares e vendi 18 mil metros para fazer galpão.
      Ele pagou mais ou menos R$ 45 o metro quadrado. Hoje vale R$ 100 mil ou mais. Uma fazenda de 100 hectares onde está sendo construído o Aphaville era de minha mulher e foi vendida há 8 anos por R$ 120 mil. Hoje foi revendida por R$ 6,8 milhões.

Ainda existem negócios com fazendas de cacau?
       Não tem retorno hoje. Tem um ano que vendi uma fazenda. Você pega um milhão de seu dinheiro, vai investir R$ 100 mil e o que ela produz não vai dar retorno. Hoje quem tem fazenda de cacau derruba para plantar capim.


 
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