15 de Maio de 2004

Rosivaldo Pinheiro, secretario de Agricultura, Industria, Comercio e Turismo de Itabuna
"Nosso projeto é gerar empregos"

      
       diz o novo secretário de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo de Itabuna, Rosivaldo Pinheiro, de 36 anos, que se define como um comunista com espírito empreendedor. Filiado há 12 anos ao PC do B, entrou na política via movimento estudantil, no qual atuou como dirigente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
       O novo integrante do primeiro escalão do governo municipal é formado em Economia pela Uesc e já ocupou cargos de gerência em várias empresas, como a capixaba Marbrasa e a Nacional Gás Butano, além de ter sido o diretor do Departamento Municipal de Indústria e Comércio.
       Hoje, além de secretário, Rosivaldo é também microempresário e fala com entusiasmo do que ele mesmo chama de "vocação do povo itabunense para o empreendedorismo".

A Região - O senhor começou sua gestão com a notícia de uma fábrica de computadores em Itabuna. Quando ela começa a funcionar?
       A nossa expectativa é de que no máximo em 60 dias a empresa esteja em funcionamento. Será realmente um salto qualitativo para a nossa cidade a implantação da Itabuna Tecnológica S/A, que vai atuar no ramo de montagem de microcomputadores. É bom ressaltar que estamos no cargo na condução de um processo que tem sido liderado pelo PC do B, nessa parceria direta com o prefeito Geraldo Simões.

AR - Quais os projetos da Secretaria para estimular a geração de empregos?
       Atuamos em duas frentes, sendo que a primeira é a busca pela abertura de novas oportunidades de emprego e renda, e a outra é possibilitar que o trabalhador já inserido no mercado obtenha uma melhor qualificação, além de permitir que aqueles que estão fora se capacitem para voltar ao mercado de trabalho. Nós temos a AME – Agência Municipal de Empregos – que nos dá suporte para o desenvolvimento desses projetos. A qualidade de vida da população de Itabuna passa, sem dúvida nenhuma, pela questão da qualificação e da oportunidade de emprego para as pessoas.

AR - Como é cuidar de tantas áreas diferentes, da agricultura ao turismo?
       Na área industrial, estamos implementando uma política que busque a atração de novas empresas e o fortalecimento das que já se encontram aqui. Vale lembrar a recente ampliação da Trifil, que contou com o apoio decisivo do município. Também a Kildare recebeu o auxílio do governo municipal para a construção da nova fábrica, que deverá ser inaugurada em dois meses. Na área de comércio e serviços, a gente fortalece cada vez mais a parceria com a Associação Comercial, a CDL e a Apemi. No turismo, temos a inserção de Itabuna na Costa do Cacau, que é algo cuja importância algumas pessoas ainda não se deram conta. Isso cria uma maior possibilidade de geração de empregos e a cidade vai começar a desenvolver novos nichos de mercado. Itabuna já é uma cidade que atrai gente de mais de 100 municípios do sul, extremo-sul e sudoeste, por ser um pólo nas áreas de saúde, serviços e educação. Podemos se fortalecer ainda mais com o turismo de negócios e o de eventos.

AR - E a agricultura?
       Temos procurado trabalhar as políticas públicas no segmento rural, apoiando os assentamentos. Ao mesmo tempo, o governo municipal tem oferecido serviços regulares de educação e saúde, o que não ocorria antes. Ou seja, o objetivo é dar as condições ao homem do campo para lá obter os serviços necessários à sua sobrevivência, com qualidade de vida. Temos dado ao agricultor assistência técnica, transporte da produção e melhora de estradas.

AR - Voltando ao turismo, recentemente foi constituído em Itabuna um conselho para cuidar desse setor. Que benefícios isso pode trazer?
       O funcionamento do Conselho Municipal de Turismo era pre-condição para inserir Itabuna na Costa do Cacau. Sem o Conselho, nada disso aconteceria. A lei que prevê a existência desse órgão é de 1997 e estava engavetada. O governo municipal, em uma articulação com a ABIH (Associação Baiana da Indústria Hoteleira), tirou o Conselho do papel e a proposta encontrou boa receptividade na Câmara de Vereadores.

AR - Além dos incentivos fiscais, que outras vantagens Itabuna oferece para atrair empreendimentos?
       Itabuna tem um mercado muito dinâmico e é um complemento das economias da região. Possui também uma localização geográfica que lhe facilta atrair a população de outros municípios. É uma cidade que tem vida comercial muito ativa e um empreendedorismo acima da média nacional. Com todo esse dinamismo, Itabuna atrai empresas. E isso é bastante facilitado quando se tem na gestão do município um prefeito com a competência de Geraldo Simões, que valoriza a interlocução com os representantes do setor produtivo.

AR - O que está sendo feito hoje para organizar o comércio informal?
       Itabuna tem criado vários postos de serviço, mas em número insuficiente para atender uma demanda que não é apenas da cidade, é uma demanda da região. Com relação ao comércio informal, é preciso entender que isso não é um problema apenas de natureza estética, é também de natureza social e econômica, e se agravou com o que estava acontecendo no Brasil, que era o desenvolvimento do projeto neoliberal. Ele deixou seqüelas imensas, inclusive com a redução do emprego formal. O município tem trabalhado no sentido de ordenar e evitar abusos, mas com uma relação de respeito. Não se pode colocar o poder público em confronto com pais de família.

AR - Após a revitalização da rua Paulino Vieira foi feita a promessa de que a próxima seria o calçadão da Ruy Barbosa. Essa idéia avançou?
       É bom voltarmos um pouquinho na história. No início do governo Geraldo Simões, o centro da cidade estava num abandono total e as pessoas que aqui chegavam encontravam uma cidade morta. Um dos primeiros passos do prefeito foi exatamente organizar esse cartão postal da cidade, implementando nova sinalização, asfaltamento, reconstrução de calçadas e meio-fios. É o centro que possibilita a maior empregabilidade, as pessoas dos bairros trabalham no centro. Existe a intenção também de melhorar o visual da Ruy Barbosa, que é outro ponto de atração de consumidores. É claro que será uma intervenção com características próprias, respeitando a opinião dos que ali desenvolvem suas atividades.

AR - A Prefeitura já anunciou a programação do São João. O que esperar da festa desse ano?
       Pode-se esperar o mesmo das festas anteriores, com a vantagem de que a cada ano a gente procura acertar mais, garantindo um maior nível de organização e segurança. As pessoas que desejarem vir a Itabuna podem ter certeza de que vão participar do melhor São João do interior da Bahia. A festa começa no dia 23 de junho e vai até o dia 26 e, com certeza, a cidade vai dar um show.

AR - A festa do São João é recente em Itabuna...
       Conseguimos resgatar o São João e percebemos que a maioria das pessoas da cidade procuram convergir para um ponto. Daí surgiu o projeto do Arraiá Grapiúna, que já está no seu quarto ano. Isso não anula as ações dos bairros, que já realizam tradicionalmente seus festejos. A nossa maior preocupação nesse aspecto é com relação à segurança, porque é muito difícil garantir nas festas de bairro um acompanhamento que possibilite a tranqüilidade dos participantes. Em um grande “arraiá”, as pessoas têm todas as condições para curtir seu São João sem correr nenhuma espécie de risco.