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13 de Outubro de 2007

Fabio Lago, ator ilheense de Tropa de Elite

"Repercussão de Tropa de Elite é assustadora"
diz o ator ilheense Fábio Lago em entrevista exclusiva ao A Região. Ele é um dos principais personagens do filme de maior sucesso de bilheteria, e pirataria, do cinema nacional em 2007. fabio lago
      Em Tropa de Elite, Fábio interpreta o traficante "Baiano", que domina o comércio de drogas num morro do Rio e cai em desgraça quando mata o policial Neto (Caio Junqueira), integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM fluminense.
      O filme virou "febre" nacional antes mesmo de chegar às telas. Cópias não-finalizadas do filme foram roubadas e vendidas nas ruas. Fábio diz que nas ruas do Rio é parado por cidadãos comuns, policiais em serviço, taxistas. "E eu ainda não tinha nem visto o filme".
      O ator revela que o nome do personagem "Baiano" seria outro e espera que Tropa de Elite se torne sucesso de bilheteria. O filme estréia nesta sexta-feira, 12, e traz no elenco outro baiano, Wagner Moura, que interpreta o Capitão Nascimento.

A Região - Como surgiu o convite para atuar em Tropa de Elite?
       Primeiro, não surgiu um convite para atuar no filme e sim para uma bateria de testes, com uma porrada de gente entre atores e não atores. Toda produção cinematográfica tem uma produção de elenco. A produtora me conhecia de outro trabalho (Carandiru) e me convidou para fazer o primeiro teste.

AR - E como foi esse processo?
       Passei por várias etapas até chegar à final, numa disputa que, posso te garantir, foi a mais difícil da minha carreira. O Baiano tinha outro nome no roteiro, Barney. Talvez para justificar o sotaque, os roteiristas e a direção resolveram mudar para Baiano.

AR - O que você achou da estrondosa repercussão do filme?
       Assustadora. Nunca vi nada parecido. Um filme ser sucesso sem ter sido lançado no cinema? Um sucesso antecipado pela pirataria? Me paravam para parabenizar pelo trabalho, tirar fotos, saber como foi filmado e eu ainda não tinha nem visto o filme. Mas, ao mesmo tempo, acho maravilhosa a oportunidade de discutir os pontos cruciais que o filme mostra: a pirataria, a violência urbana, a descriminalização das drogas, a corrupção nas polícias, etc... E o melhor, o filme atingiu todas as esferas da sociedade, da classe mais baixa (ao meu ver a classe responsável pela difusão inicial do filme na pirataria) até a classe mais alta.

AR - A pirataria ajudou ou atrapalhou Tropa de Elite?
       Lógico que ajudou no possível. Mas prejudicou, e muito, também. O sucesso na pirataria tornou o filme “popular” no sentido de “barato”, acessível. Ninguém pode afirmar que não seria sucesso sem a pirataria. Até porque, só aconteceu isso porque o filme é um fenômeno, o filme é bom. Será que um filme ruim teria a mesma repercussão? Acredito que não.

AR - E quanto ao cinema?
       O grande público do cinema, especialmente o nacional, são as classes média alta e alta. Óbvio, o valor de um ingresso no Brasil custa em média uns R$ 15. É de se esperar que a grande maioria, as classes mais pobres, não teria acesso às salas de cinema nem ao DVD que, por baixo, custaria, sei lá, uns trinta reais. Fica difícil pra um cidadão, que não vai poder ir ao cinema ver o filme, resistir à tentação de comprar uma cópia pirata. Isso não justifica a pirataria, até porque, meu irmão, pirataria é crime.

AR - Então, a pirataria atrapalhou?
       Atrapalhou muito. Primeiro que a cópia que foi roubada e divulgada não é a versão final do diretor. Os erros de interpretações a que o filme vem se submetendo por conta da cópia pirata fere diretamente o trabalho de vários profissionais. Também tem o prejuízo financeiro com a venda de DVDs, sem contar que fere as leis de direito autoral.

AR - O filme acaba abrindo essa discussão sobre pirataria
       A pirataria é uma cadeia de crimes que alimenta algo maior, o crime organizado. É uma teia difícil de entender, mas o perigo da pirataria está na ignorância. A pirataria é parecida com o tráfico de drogas. O problema maior não está no cigarro de maconha que o playboy consome, mas no topo dessa cadeia. No narcotráfico, no tráfico de armas, na organização política dos traficantes. Você acha que o DVD que é vendido nas ruas foram comprados com nota fiscal? Pense na organização complexa que é necessária para burlar as leis até chegar a sua casa.

AR - Qual a sua expectativa em relação aos resultados do filme?
       Minha expectativa é a polêmica. O debate. Tenho recebido convites para mesas redondas, debates e palestras sobre os assuntos do filme. Inclusive estarei em Buerarema em novembro para um encontro que irá discutir, entre outros pontos, segurança pública. Acho que o filme terá uma excelente bilheteria. As pessoas que vêm falar comigo nas ruas sempre pedem desculpas por terem visto a cópia pirata e que vão ao cinema prestigiar o filme.

AR - Existe a possibilidade de desdobrar a obra, tornando-a um seriado?
       Muita calma nessa hora! O filme acabou de ser lançado. A gente não sabe como o filme vai se comportar no mercado. Os produtores estão cautelosos. Querem esperar o filme ser lançado no país inteiro e nos principais mercados estrangeiros para depois pensar em transformar o filme em série. O que sei é que algumas emissoras já mostraram interesse.

AR - E o ‘Baiano’?
       Isso foge ao meu controle. Muita gente gostaria que o Baiano fizesse parte da série, mas me parece que ele morre com um tiro de “12” no final do filme. Ou o Padilha vai colocar o Batista tão bonzinho que vai levar o Baiano pra cadeia? O espectador não ouve o tiro. Talvez se o Baiano fizesse parte da série num momento anterior a 1997, ou contando a história de como ele se transformou em traficante. Acharia interessante.

AR - E a carreira, como está? Quais os próximos trabalhos?
       Estou de férias. Semana passada filmei um episódio da série Alice, que a HBO está produzindo no Brasil. Trabalhei com Sérgio Machado (diretor do filme Cidade Baixa) e foi um ótimo encontro. Ele me convidou pra fazer seu próximo longa-metragem que vai ser rodado na Bahia em 2008. Eu já topei. Tem outro convite pra fazer outro longa baseado no conto A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, com direção de Vinícius Coimbra.

AR - Tanto assim?
       Tem mais. Deve entrar em cartaz ainda esse ano o longa Noel - O Poeta da Vila, de Ricardo Van Steen. Conta a história de Noel Rosa e atuo como o radialista Ademar Casé (o falecido Avô de Regina Case na vida real). A previsão de estréia é novembro. Ainda estou em cartaz com os filmes Cidade dos Homens e A Grande Família.

AR - Algum trabalho no teatro, uma de suas paixões?
       Acabei de sair de cartaz em São Paulo com a peça do mesmo título, A Hora e Vez de Augusto Matraga. Foi um sucesso. O espetáculo está lindíssimo e quero levar para a Bahia. Tenho algumas propostas para atuar em peças teatrais, mas a que está me instigando mais é Hamlet, de William Shakespeare, também em 2008.

 

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