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10.Maio.2003

"Não existe ministro bonzinho nem ministro mauzinho"

na atual conjuntura política do País. De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, em entrevista exclusiva para o Jornal A Região, o governo não está preocupado em agradar, mas sim com a busca de resultados positivos. Tanto que, independente do posicionamento do PT, que antes de ser governo era contra, hoje ele apoia totalmente a taxação dos inativos.
       O ministro esteve esta semana na região para a posse do novo superintendente da Ceplac e para uma visita a Itabuna, onde o prefeito Geraldo Simões lançou o programa "Alimenta Itabuna", em conexão com o programa "Fome Zero" do governo Federal. Ele articulou com o prefeito e com a Ceplac a implantação de cursos profissionalizantes para a qualificação do trabalhador da cultura cacaueira e da indústria local.
       Para ele, o corte no repasse de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e nos programas de qualificação e intermediação de mão-de-obra, foi uma reestruturação que poderá ser o financiador para esses cursos especializados. Jaques Wagner está convicto de que "a verdadeira política de geração de emprego só acontecerá com o desenvolvimento econômico e a ampliação do conhecimento".

A Região - Ministro, qual a avaliação que o senhor faz da sua atuação?
Jaques Wagner - Nos primeiros quatro meses de governo arrumamos a casa, reconquistamos posições para termos mais investimentos, e portanto, crescimento econômico. Com isso, no dia 1° de maio nós tivemos o que comemorar. Muitos acreditavam no pior, mas conseguimos que não acontecesse. É óbvio que ainda temos muito trabalho pela frente, mas espero ter muito o que comemorar.

AR - O desemprego atinge todo o País. Existe algum projeto voltado para a nossa região?
JW - Especificamente na Costa do Cacau há todo um esforço, inclusive feito pelo Ministério da Agricultura e pela Ceplac, para a retomada, em curto prazo, da lavoura cacaueira, que rapidamente consegue empregar. Sabemos que a maioria dos trabalhadores da lavoura cacaueira não tem qualificação para outros tipos de trabalho. Com o prefeito Geraldo Simões eu combinei de dar andamento junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ao Senai, para tentar trazer cursos de qualificação profissional. O objetivo é habilitar o trabalhador no manejo de máquinas. Todos esses cursos serão voltados exclusivamente para as indústrias que estão instaladas na região. Com esse preparo de mão-de-obra, outras indústrias poderão se instalar por aqui.

AR - O Sebrae também não estaria envolvido nessa especialização?
JW - O Sebrae poderia até entrar, o que seria muito bom. Eu também falei com o atual superintendente da Ceplac para fazermos, eventualmente, convênios com o Ministério do Trabalho e Emprego, disponibilizando dinheiro do FAT para a qualificação profissional do trabalhador da lavoura cacaueira. Hoje, as novas técnicas de plantio e clonagem exigem mais conhecimentos.

AR - O dinheiro do FAT não está suspenso?
JW - Veja, nós recebemos um orçamento que não é o dos nossos sonhos. A gestão anterior foi passiva à medida que apenas repassava o dinheiro, sem acompanhar os programas. O governo anterior fez uma partilha pura e simples, dando mais para os amigos. Agora estamos realizando uma reestruturação total. Não havia sinergia entre vários programas orientados para o mesmo fim (ele está se referindo a programas de centrais e secretarias estaduais). Cada centavo de dinheiro público será fiscalizado.

AR - Ministro, o PT sempre brigou pelo valor do salário mínimo. Hoje, como ministro, o senhor acha que o valor do mínimo é justo?
JW - É lógico que eu não acho. O salário mínimo ainda continua muito aquém daquilo que é devido aos trabalhadores. O compromisso do presidente continua sendo o de dobrar o valor real do salário mínimo nos próximos quatro anos de governo. Demos um reajuste, com um pequeno ganho real. Foi uma decisão de governo, uma decisão da equipe como um todo. Veja bem, não tem ministro bonzinho e nem ministro mauzinho. Foi uma decisão de equipe que objetivou o reordenamento da economia.

AR - E o reajuste do funcionalismo público federal?
JW - Também não é digno o reajuste de 1% para o funcionalismo público federal. Nós vamos continuar mantendo nosso compromisso de campanha e também prometemos dar ganho real para essa categoria.

AR - O trabalhador ganha mal, se aposenta e vai sofrer uma taxação em sua aposentadoria. Como o ministro vê essa situação?
JW - Sobre a taxação dos inativos estou muito à vontade para falar. Eu sempre tive uma posição diferente dentro da bancada do PT. Acredito que o conceito é que tem que prevalecer. Quando uma pessoa se aposenta deve continuar recebendo o mesmo dinheiro de quando estava na ativa. O trabalhador que está na ativa não recebe salário nominal. O salário real é o salário descontado. Muita gente não gosta desse argumento, mas eu sempre o usei. Por isso, entre os sindicalistas essa era uma tese que nunca tive paixão de defender. Quem ganha mil, leva para casa 890 reais, e quando ele se aposentar vai continuar levando para casa os 890. Ele não estará sendo lesado. Então eu não chamo de taxação de inativos. Na verdade é uma adequação do valor da aposentadoria.

AR - Mas os inativos não aceitam essa adequação...
JW - Com isso eu não estou querendo dizer que os inativos tenham culpa. Obviamente a culpa é de governos que sucessivamente não souberam administrar e garantir um fundo que fizesse uma previdência pública, de que eu sou defensor, com perenidade.

AR - Como o presidente Lula tem visto essa postura do senhor?
JW - O presidente Lula, eu gosto sempre de lembrar isso, se quisesse jogar para a torcida simplesmente não mexeria em nada e ficaria esperando para ver na mão de quem ia arrebentar. Porque ele não está fazendo caixa com essa reforma. Quando ele colocar teto para o funcionalismo público federal, nós vamos começar a receber menos do que recebemos hoje. O problema é apontar uma perspectiva de estabilidade. Esse que é o problema. O fato é que hoje temos um buraco de 30 bilhões de dólares. Se não se fizer esse piso, teremos cortes muito mais profundos. Eu acho que são medidas que devem ser tomadas. É óbvio que tem que fiscalizar, é óbvio que se tem que caçar os sonegadores.

AR - O maior rombo do governo está na Previdência Social, que não deixa de ser um braço do seu ministério. Como resolver esse rombo?
JW - Isso é um vício da elite brasileira, que sempre se serviu do Estado para se beneficiar. Eu posso garantir que no governo Lula, medidas como essa, de socorro indevido para maus pagadores, não virão. Se o empresariado quiser uma parceria transparente com o governo para gerar empregos, gerar renda e crescimento econômico, estamos abertos. Mas proteger sonegador, com certeza isso não vai acontecer.

 

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