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3 de março de 2007

Adeum Sauer, Sec. de Educacao da Bahia

"A Bahia é o estado com mais analfabetos no Brasil"
com mais de dois milhões de adultos que não sabem ler e escrever. Mudar esse quadro será um dos maiores desafios para o Governo do Estado, segundo o secretário estadual de educação Adeum Sauer.
      Nessa entrevista exclusiva ele faz um balanço do governo passado e destaca as metas de trabalho para os próximos quatro anos na área da educação e projetos como a implantação de escolas técnicas no interior da Bahia.

A Região - Que balanço o senhor faz do governo passado?
       Nós encontramos aqui, no final do governo passado, o pessoal desanimado, sem nenhuma perspectiva, projetos desativados, muitos convênios e fragmentação excessiva na gestão através de convênios. Por exemplo, a Fundação Luís Eduardo Magalhães recebia para fazer a certificação de professores e contratava terceiros, universidades, para isso. Muitos convênios e pouca capacitação técnica instalada na secretaria.

AR - Qual foi a primeira providência?
       O que fizemos foi repensar os números da secretaria, as principais demandas e bandeiras no inicio do governo. Ao estado inclui a educação do ensino fundamental e o médio, junto com os municípios. Formulamos propostas de atuar nessas duas principais áreas, primeiro com a qualidade do ensino, que depende da capacitação dos professores. Por exemplo, para o ensino fundamental temos o Instituto Anísio Teixeira e com ele podemos fazer uma formação que atinja todas as Direcs através de conferências via internet, inclusive nas escolas.

AR - Esse projeto através de conferência já funcionava antes?
       A princípio parece que funcionava com as Direcs e, no dia em que tomei posse, por exemplo, a transmissão foi feita via internet para todo o Brasil, até gente de Portugal assistiu. Temos esse potencial enorme e fantástico da tecnologia, que vamos melhorar e utilizar cada vez mais. Voltando à capacitação, temos quatro universidades estaduais e vamos trabalhar com elas, porque a formação continuada tem que ser feita de diversas maneiras. Uma eu acho que tem que se realizar no local de trabalho, nas escolas, essa capacitação é mais efetiva. Mas para fazer isso temos que ter uma descentralização. Nós queremos substituir a gestão piramidal vertical por gestão em rede de gestão. Na secretaria, no topo da pirâmide, você decide as coisas e tem mecanismos para saber se as ordens são cumpridas na base ou não. Nós queremos inverter com uma gestão matricial em que, por meios de diretrizes, estabelecemos a atribuição de cada ponto da rede.

AR - Dá para o estado eliminar parte dos convênios e assumir as tarefas?
       Dá sim, temos muitos convênios sendo analisados. Por exemplo o PEI - Programa de Enriquecimento Institucional, foi realizado pela fundação Luis Eduardo Magalhães, mas o governo estabeleceu uma parceria com um consultor em Israel. Nós entendemos que temos capacitação, temos consultores em nosso país, exportamos inclusive, por isso optamos pela descontinuidade deste.

AR - Essa mudança pode significar economia de dinheiro para o estado?
       Claro que sim, temos um convênio de R$45 milhões feito pela Fundação Luis Eduardo Magalhães que era para a certificação de professores. Ora, quem certifica professores é a universidade e temos quatro no estado que estão à mingua lutando por recursos. Nós vamos fazer convênios, se for necessário, mas com nossas universidades. Temos capacidade? Sim, dentro da própria secretaria temos pessoas capacitadas suficientes para dar conta disso.

AR - Um dos problemas das universidades são os salários, que não são suficientes bons para atrair professores de outros estados. Existe algum plano para isso?
       Nossas universidades têm cursos de graduação. O Instituto Anisio Teixeira está com um curso de pós-graduação com o Ministério de Educação para 450 gestores e temos projeto no IAT para a realização de outro programa de formação, atendendo mil professores. Temos 75 mil servidores na secretaria, incluindo professores e pessoal administrativo e de apoio, e todos precisam de formação porque são educadores. Para os funcionários temos o Programa Pró-funcionário do Ministério da Educação e vamos implantar no estado. Temos 33 Direcs e elas também vão sofrer reformação. Elas não podem simplesmente ser um órgão burocrático. Temos que ter mecanismos de acompanhamento nas escolas através das Direcs, sintonizadas com as linhas de ação da secretaria.

AR - A Bahia usa ainda o sistema de formação continuada que não tem repetência? Existem algumas críticas com relação a isso...
       O problema não é aprovar ou não aprovar. Em Londres, por exemplo, as escolas vão pela idade. Um menino de 10 anos, por exemplo, não estuda pela classificação de histórico escolar, com notas, mas pela capacidade de aprender com aquela forma de abordar. Nossas escolas têm capacidade de fazer isso, mas ainda não estão aparelhadas e nem se organizaram. Na educação a formação continuada tem que estar em formação continuamente. Estamos num tempo de grandes mudanças e a mudança é a regra; a estabilidade é a exceção.

AR - Como o estado controla essa qualidade do ensino no final do curso?
       A escola tem que controlar a qualidade durante o processo e tem que ter mecanismos, custa caro, e é preciso empenho dos professores, mas alguns estão desestimulados com seu ofício. Tem que ter uma estrutura dentro da escola bem aparelhada, para ela intervir no momento certo, com registro e pessoal motivado.

AR - Dentro do orçamento deste ano tem como melhorar o salário do professor?
       Há uma possibilidade de complementação no orçamento. Como o grosso das despesas é o salário, fica difícil. Há uma expectativa de todos os funcionários, não só da educação, há carência de tudo quanto é tipo. No começo de uma gestão a demanda é muito grande em todas as áreas. Nosso governo vai estabelecer uma mesa ampla e permanente de discussão, onde a transparência será um dos princípios. Todos poderão ver onde estão as despesas, as receitas e como eles podem proceder.

AR - O senhor anunciou em Itabuna a implantação de uma escola técnicas. Como será?
       É uma grande aspiração de Itabuna. Ela vai ter uma grande área de atuação, em torno de 60 quilômetros, com qualidade. Os cursos serão ainda discutidos e adequados à região. Espero que seja implantada ainda este ano, dentro do PAC - Programa de Crescimento e Aceleração. O Estado oferecerá o terreno e a União se encarregará do resto. Tem ainda a opção, após sua implantação, de contar com um curso de tecnologia superior em biodíesel ou informática.

AR - Por falar em curso superior, teremos outra universidade federal?
       A Bahia tem três federais: a federal da Bahia, uma no Recôncavo criada agora e outra entre os estados de Pernambuco e Petrolina. Não se trata só de implantar cursos ou desonerar o estado federalizando nossas universidade, porque esse processo, do ponto de vista técnico, não é tão fácil. A idéia é a União estar presente no estado, cobrindo espaços em branco ou com pouca atuação. Existem três áreas na Bahia que estão planejadas para a implantação de universidades federais. Nesta semana provavelmente será anunciada uma no oeste da Bahia, na região de Barreiras, que tem se tornado muito dinâmica. Outra área é o sudoeste e a terceira é o grande espaço que vem de Mucuri até Itabuna.

AR - E essa nova universidade seria sediada em Itabuna?
       O reitor da Ufba, Naomar Monteiro, que é itabunense, tem a proposta da Universidade Nova, uma organização de estudos como na Europa, nos Estados Unidos. Se faz um bacharelado de três anos em uma de várias cidades, Teixeira, por exemplo. Depois de completa o estudo com a parte da formação profissional em Itabuna. Podemos começar com Teixeira de Freitas, Eunápolis, Itamarajú e Porto Seguro, que teriam os bacharelados.

AR - A partir do Bacharelado ele poderia ter outros cursos diferentes?
       Isso, após o bacharelado ele pode escolher uma área, em Ciências Humanas, por exemplo, e completar a formação em um grande centro. Com essa estrutura e com menos dinheiro proporcionamos mais vagas. É muito polêmico, é muito discutível, teríamos que aperfeiçoar o processo. Mas é um exemplo de como poderia ser. Teríamos o atendimento da população numa área muito grande, de Gandu até Mucuri. Pode ser em Itabuna também e gradativamente ia se implantando e aperfeiçoando esses centros profissionais a partir do quarto ou quinto ano. Vamos promover um grande seminário em maio. Já convidamos os reitores da Uesc, Joaquim Bastos, da Ufba, Naomar Monteiro, e o secretário de Saúde Jorge Sola para fazemos uma proposta. Porque essa universidade que estamos querendo implantar no extremo sul começaria como uma extensão da Ufba.

AR - Então teremos um campus da Universidade Federal da Bahia em Itabuna e cursos de bacharelado em outras cidade?
       Estamos discutindo essa possibilidade, não estou dizendo que será, mas teremos uma grande ação dos governos do estado e Federal num pólo educacional no sul da Bahia, de acordo com sua vocação. Itabuna estaria consagrada na sua vocação de cidade de serviços. Temos um compromisso com a região e o governador Jaques Wagner também. Ele tem consciência de que se elegeu com os votos da região. Já conversamos sobre educação, que nossa universidade de Santa Cruz ia se aproximar cada vez da Federal, começando inclusive com as instalações que a Ceplac tem, por que não? Vamos levantar essa discussão com as lideranças da comunidade, a imprensa pode promover também uma ampla discussão.

AR - Uma questão sempre levantada na Uesc é que nem todos os cursos estão com diplomado oficializado. Existe algum planejamento para isso?
       Os cursos funcionam de seguinte maneira: é autorizado e, depois de formada uma turma, entra no processo de reconhecimento no último ano. No caso dos cursos da Uesc, a competência para o reconhecimento é do Conselho Estadual de Educação, com delegação do Conselho Nacional e do próprio ministério. Só depois do reinicio do curso é que vem o reconhecimento, o que é diferente dos cursos privados, que às vezes não são reconhecidos porque não cumpriram com algumas exigências.

AR - O senhor já tem o levantamento físico das escolas no estado?
       Temos o levantamento e muitas reformas a serem feitas. Hoje, por exemplo, temos que comprar 43 mil carteiras escolares, um volume muito grande. São muitas demandas iniciais. Temos um órgão dentro da secretaria que faz o levantamento e o orçamento, inclusive de reformas e manutenção das escolas do estado e dos municípios..

AR - No caso da sua secretaria, o senhor já conseguiu nomear todas as Direcs?
       Não. O processo de nomeação passou por uma discussão política na base de sustentação nas diversas regiões, com os partidos e com alguns critérios. Por exemplo, pessoas que tenham conhecimento da área. Temos em Itabuna nomeada Miralva Moitinho e outras que ainda não passaram por minhas mãos.

AR - O governador Jaques Wagner tinha anunciado que a nomeação de diretores de colégio teria eleição direta, já será neste ano?
       Ainda não. Estaremos discutido até junho o planejamento estratégico da secretaria e, a partir daí, construindo uma proposta democrática com todas Direcs e diretores. Em junho essa discussão será culminada com uma grande conferência estadual de educação. Eu não mencionei ainda uma das grandes prioridades, a matrícula com qualidade nas escolas.

AR - Qual a outra prioridade da secretaria?
       É a alfabetização. Temos mais de dois milhões de adultos analfabetos baianos. A Bahia é o estado com maior número de analfabetos no país. Temos também que melhorar o ensino médio, a educação superior, a cultura, com nossas raízes e tradições. Enfim, é um trabalho muito grande que temos a fazer mas não vai ser só a Secretaria de Educação do Estado. Ela vai liderar o processo de trabalho com entidades civis e os municípios. É um grande compromisso de todos em favor da erradicação do analfabetismo.

 

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